
Ainda que os espaços culturais não estejam abertos para apresentações e público de forma presencial, a comunidade artística regional faz o uso dos locais para ensaios e gravações de espetáculos que são transmitidos em formato online, graças à Lei Aldir Blanc, que disponibilizou verba ao setor.
Segundo Jussara Freitas, fundadora e integrante da Cia Pé no Asfalto, em Mauá, a lei contribuiu para que os artistas conseguissem utilizar os espaços culturais que estavam fechados. “Nesse momento há a mudança de gestão, por isso temos uma dificuldade maior. Mas aqui na cidade tem a Casa do Hip Hop, e foi um lugar que acolheu muito a gente durante esse período”, comenta.
A companhia foi contemplada com os recursos da ProAC (Programa de Ação Cultural) municipal e a fundadora ressalta que, apesar da pandemia, neste momento a cultura ganhou novas possibilidades de trabalhar com a arte graças. O que ainda deu a garantia de poder concluir o projeto anterior.
Antes de obter os recursos, os integrantes tocavam na rua. “O valor da lei deu uma ajuda boa no projeto anterior e ainda sobrou um cache possível para passarmos o final do ano, pois além de tudo precisamos estar bem financeiramente”, ressalta. A companhia estreou o espetáculo online e gratuito O Macaco e a Lua no dia 26 de fevereiro, e foi ao ar pelo YouTube.
A lei também foi destacada por Flavio Marin, diretor da Cia e Ponto de Cultura Teatroendoscopia de Santo André, que disse ter ajudado muito os produtores culturais. “A lei salvou a gente, se não tivéssemos isso não sei aonde estaríamos agora, pois é um trabalho que tem que ser totalmente online e conseguimos fazer varias obras com o auxílio”, comenta.
Para Marin, os espaços públicos culturais têm grande importância para os profissionais da arte, que precisaram do apoio neste momento. “Felizmente, aqui temos o nosso espaço e conseguimos trabalhar nele sem precisar usar estes espaços sempre. Conseguimos até montar um curso online para professores e agora estamos com um projeto em execução de grafite”, diz.
A Companhia apresenta a mostra Plinio Marques nos dias 6 e 7 de março, às 20h, no canal do YouTube, que foi executada com o auxílio do ProAC Lab do Estado e será apresentada mais 14 vezes em algumas cidades do Interior. “Isso tudo ajudou muito a gente, mas é claro que se tivéssemos um outro Ministério da Cultura isso tudo seria um salto para a economia”, completa.
Estruturas culturais
Mesmo com a pandemia, Diadema não realizou as manutenções necessárias nos espaços culturais e R$ 500 mil foram utilizados para a conservação deste espaços, segundo a Prefeitura, mas ainda assim foram encontrados problemas estruturais nos locais, que estão sendo resolvidos. A cidade conta com dois teatros, o Teatro Clara Nunes e o Centro Cultural Vladimir Herzog.
Já em São Caetano, a manutenção dos espaços culturais foi realizada com recursos da Secretaria de Serviços Urbanos, mas nenhuma reforma foi feita nos quatro teatros (Teatro Paulo Machado de Carvalho, Teatro Santos Dumont, Teatro Timochenco Wehbi – Fascs e Teatro Vladimir Capella – Cecape). Os espaços também estão sendo utilizados pela comunidade artística local.
A Prefeitura de São Bernardo informou que os espaços estão sendo utilizados pela comunidade artística e seguiu com o cronograma de manutenção dos cinco teatros.