Após protestos, banco canadense aceita negociar com a Paranapanema

Após dois protestos realizados este mês, o banco canadense Scotiabank resolveu aceitar a negociação com a empresa Paranapanema, que tem dívida com a instituição. O banco chegou a pedir a falência da metalúrgica especializada em produtos de cobre e que emprega 2,3 mil pessoas em três plantas, sendo 750 operários só na unidade de Santo André onde a empresa tem sua matriz há 60 anos.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, com o objetivo de ajudar a empresa e manter os empregos realizou dois atos este mês, um deles em frente à sede do banco na avenida Faria Lima, no Centro da Capital, do qual participaram cerca de 400 trabalhadores, e outro em frente ao consulado canadense, também na Capital. A intenção era conscientizar o banco a abrir negociações com a metalúrgica.

Em nota emitida nesta segunda-feira (28/12), a Paranapanema confirma o acordo com o banco. A empresa informa que tem um passivo de US$ 510 milhões junto a dez instituições bancárias, sendo que havia renegociado o pagamento com nove e apenas o Scotiabank não aceitava negociar.  “A retomada das negociações, ainda dentro deste ano, foi possível graças ao empenho de nossos conselheiros, acionistas e dos próprios credores. Estamos trabalhando em uma proposta que atenda a todos os credores”, afirma Luiz Aguiar, diretor-presidente da Paranapanema.

A Paranapanema produtora brasileira de cobre refinado, vergalhões, fios trefilados, laminados, barras, tubos, conexões e suas ligas, sustenta que tem recebido o apoio de seus principais acionistas. Recentemente, o Grupo Buritipar, um de seus acionistas de referência, ofereceu o lock-up de sua participação acionária na empresa, no contexto do seguimento das referidas negociações.  “O avanço nas negociações fortalece e amplia a competitividade da companhia, o que é bom para o Brasil e para os mais de 7.000 colaboradores diretos e indiretos da Paranapanema”, finaliza João Araújo, chairman do grupo.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Adilson Torres, o Sapão, que acompanhou os trabalhadores nos dois protestos realizados na Capital, disse que a abertura de negociações é uma vitória a ser comemorada. “Foram dois atos em que fizemos pressão colocando em xeque a imagem do banco. Sabemos que a empresa tem capacidade e pedidos para cumprir pelo menos até março. Nosso medo era que, com o pedido de falência, tudo parasse afetando os trabalhadores. O nosso presidente Cícero Martinha, também acionou a central sindical, através do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade) e tudo isso teve uma repercussão internacional, forçando o banco a sentar para negociar”, analisou.

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