ABC - sexta-feira , 10 de maio de 2024

Estado regride à fase amarela e duas cidades do ABC estão em atenção

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (30/11) a volta de todo o Estado à fase amarela do Plano São Paulo de prevenção ao novo coronavírus. A decisão, segundo o tucano, foi motivada pelo aumento de 12% dos óbitos, de 7% de internações, além do patamar de 59,2% ocupação dos leitos para a covid-19 noEstado. A mudança significa restrição ao funcionamento das atividades econômicas e passam a valer a partir de quarta-feira (02/12), porém 62 cidades foram elencadas  como consideradas em “estado de atenção”, como Diadema e Ribeirão Pires.

Nesta terça-feira (01/12) o governo terá uma reunião com os gestores das 62 cidades do Estado consideradas em atenção. A reunião será por videoconferência e coordenada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Marco Vinholi. Além das medidas de restrição e análise dos números da covid-19 em cada cidade, o governo quer estimular as prefeituras que aumentem a testagem da população. O RD tem noticiado quase que diariamente o aumento de festas, shows e reuniões que, segundo o governo, são a razão do aumento de casos em todo o Estado. O fato é que 76% da população paulista já estava na fase verde do Plano São Paulo, que agora se junta ao restante do Estado na fase amarela.

Newsletter RD

Apesar de admitir que o governo pode adotar medidas mais restritivas, como regressão para as fases laranja e vermelha, João Doria disse que não pensa em suspender todas as atividades econômicas. “Não há perspectivas de lockdown. Não adotamos, nem no início da pandemia, embora seja um mecanismo existente, mas não está sendo considerado aqui. Medidas restritivas sim, mas lockdown não”, disse.

“A partir de hoje, na amarela, estamos numa fase de controle que nos permite ter uma mensagem mais clara para a população de que houve aumento de casos e precisamos de muita cautela e colaboração de todos nesse momento”, acrescentou a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patrícia Ellen, ao sustentaar que o impacto econômico é pequeno no comércio que terá menos horas e poderá atender um número menor de clientes de acordo com a sua capacidade.

O secretário de saúde Jean Gorinchteyn disse que o governo está preparado para tomar medidas mais enérgicas se for necessário.  “Tivemos nessa última semana 10% de aumento do número de casos no comparativo com as últimas três semanas. Esses números trouxeram uma necessidade de reavaliação. Sustentam e reforçam a necessidade de políticas mais restritivas, sem com essa modificação tenha qualquer impacto na economia do Estado. Amarelo quer dizer atenção, respeito às regras sanitárias de restrição dos encontros e das festas que esses sim estão fazendo elevar a contaminação. Na próxima análise não hesitaremos em voltar de fase se for necessário. Solicitamos aos municípios que aumentem a fiscalização e a testagem.

O secretário estadual de Saúde chamou a atenção para a constatação de que os municípios diminuíram a testagem. “Em municípios houve redução da testagem. Antes eram 100 testes para cada 100 mil habitantes, agora chegamos a 68 para 100 mil. Temos a capacidade de testar de forma precoce e isolar as pessoas, essa é a forma de controle. A reunião que teremos amanhã com os prefeitos tem objetivo de motivá-los”, disse.

João Gabardo, coordenador executivo Centro de Contingência da covid-19, disse que nada dará resultado se a população não colaborar. “Não estamos nem um pouco confortáveis com os números da covid. Passou (o Estado) para o amarelo porque foi mostrado que os números indicam essa necessidade. Gostaria que a sociedade entendesse isso, que deve redobrar o cuidado, insisto que a sociedade não fique esperando que somente o governo emita determinações para a redução dos números”, apela.

O coordenador garantiu que as festas, shows e reuniões que estão acontecendo em todo o estado e o relaxamento pela população são os fatores responsáveis pelo aumento dos casos. “Se nesse momento passar para a amarela não tem tanta repercussão na economia, isso pode sim acontecer se não conseguir melhorar na próxima classificação e o governo ter que tomar medidas mais fortes de restrição. Os responsáveis (pelos números da covid-19) são atividades noturnas, festas, confraternizações e eventos com pessoas muito próximas, motivos bastante significativos para o aumento de transmissão da doença. Vamos dividir a responsabilidade do poder público com a sociedade”.

Doria atacou o governo federal ao cobrar plano de imunização nacional. (Foto: Reprodução)

Ao comentar sobre o movimento das compras de fim de ano e as festas de confraternizações corporativas e familiares, o governador deu o recado. “Não é hora de festa, de celebração e comemoração, só podemos ter festa depois da vacina e, enquanto isso, não podemos fazer comemorações nem públicas nem privadas, vamos adotar medidas de proibição de qualquer festa; adotaremos medidas legais que se sobrepõem às medidas municipais. Não vamos permitir nem réveillon ou outras celebrações, sejam públicas ou privadas”.

Doria também negou que a eleição e a campanha política tenham segurado a divulgação das novas medidas, mas não deixou a disputa política de lado ao alfinetar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “O inimigo é o vírus que precisa ser combatido e levado a sério. A prioridade deve ser a vacina e onde está o plano nacional de imunização? A população deve ajudar a cobrar o governo federal e o Ministério da Saúde sobre onde está o plano para salvar a vida dos brasileiros. A quarentena protege e o vírus mata”, completou.

 

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes