Eleito vereador em São Caetano com 1.093 votos, o advogado Américo Scucuglia (PTB) diz que vai colocar seu nome para a eleição de presidente da mesa que será realizada após a posse, em janeiro. Ele conta que está preparado e que espera contar com o apoio de pelo menos três dos seis vereadores eleitos que não integram a base do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB).
A eleição para a presidência da Câmara de São Caetano pode trazer muito mais poder para o eleito no próximo mandato. Uma vez que o prefeito que foi o mais votado na sua tentativa de reeleição ainda figura na Justiça Eleitoral com a candidatura sob recurso, o que significa que, se a defesa do tucano não conseguir reverter a situação, ele não será diplomado e o presidente da Câmara assume a prefeitura e nova eleição será realizada em 90 dias.
Foi a segunda tentativa de Scucuglia para ingresso na vereança. Em 2016 ele obteve 639 votos e ficou como suplente. Quatro anos depois sua votação subiu 71% e o petebista foi eleito. “Meu trabalho nesses quatro anos de vida pública trouxe alguns colegas, nosso diferencial (neste ano) é que trabalhamos falando sobre projetos. Fiz campanha limpa, não fiquei batendo em ninguém e sempre falando do que São Caetano precisa”
Américo Scucuglia também falou sobre a situação de Auricchio e analisa sua votação. “Ele é o prefeito até 31 de dezembro e tem a máquina na mão. As pesquisas já diziam isso que teria pelo menos 30 mil votos. A pandemia dificultou o diálogo e a informação correta para a população. Juntando o eleitorado dele e esse lado da pandemia que foi vitrine positiva para ele, deu nessa sobrevida que fez a reeleição na urna”.
Para o próximo mandato foram eleitos seis vereadores que não fazem parte do bloco de Auricchio, entre as 19 cadeiras. Scucuglia pretende conversar com os outros cinco na tentativa de formar um bloco. Ele já conversou diretamente com César Oliva (PSD) e com Ubiratan Figueiredo (PSD) e ainda pretende falar com Jander Lira (DEM). Ele diz achar difícil uma composição com Thai Spinello (Novo) e Bruna Mulheres Por Direitos (PSol) por conta do alinhamento político, mesmo assim quer contar com o apoio delas. “Diálogo vai ter. Meus votos são da mudança e da renovação. Nesse propósito vou passar para os colegas essa visão de que a cidade quer mudança e renovação”.
O petebista deixou claro com os vereadores com quem falou que é sua intenção disputar a presidência da Casa e que pelo menos Oliva e Lira não foram contra. Ele disse ainda que está pronto para o posto e para outras obrigações que ocorrerem, referindo-se a possibilidade de assumir a prefeitura. “Não deixa de ser um compromisso maior, mas estou preparado para o cargo e a função. Já estou trabalhando não só para presidência da Câmara como para trabalhar para São Caetano. Tenho comigo que ele (Auricchio) não vem por conta das questões jurídicas que o acompanham”, analisa.
O vereador eleito diz quer propor união na Câmara pelo bem da cidade. “Minha maior obrigação é unir a cidade, resgatar alguns valores perdidos e resgatar a felicidade do sulsancaetanense. Quero ser o vereador da união. Tem que ter conversa, hoje a cidade está dividida entre Auricchio e Fabio Palacio (PSD). A eleição acabou”, completa o advogado que já está estudando para a função parlamentar, analisando a Lei Orgânica, o Regimento Interno da Câmara.