RD – Jornal Repórter Diário Notícias sobre o ABC. Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra
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A pouco mais de 40 dias para a principal data para o comércio, o Natal, os comerciantes arriscam otimismo quando falam sobre expectativa de vendas. Depois de um período fechados na fase mais aguda da pandemia, os shopping centers da região apostam em vendas ao menos iguais às do ano passado, apesar da crise sanitária, é considerado um bom resultado. A avaliação do comércio de rua também é otimista.
Para o gerente de marketing do Shopping Praça da Moça, Daniel Lima, a expectativa é positiva não apenas para o Natal como para a Black Friday, considerada data igualmente importante para o comércio. “O shopping está retomando o movimento normal, já estamos perto do fluxo que tínhamos nesta mesma época do ano passado e os lojistas estão otimistas. Esperamos um certo aumento de vendas, mas se conseguir ficar igual a 2019 vai ser muito bom”, analisa.
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Apesar dos protocolos sanitários reforçados, como a obrigatoriedade do uso de máscara, totens com álcool em gel, a rotina dos shoppings volta a se estabelecer. Ainda há limitação de público de até 60% da capacidade do local. No caso do shopping de Diadema, para garantir atendimento aos clientes que ainda não se sentem seguros ou não podem sair de casa por serem grupo de risco, as vendas online – estratégia adotada quando o centro de compras estava fechado -, foi mantida. “O drive-thru continua em funcionamento; quando o cliente entra pela rua Graciosa, à direita tem uma área onde ele pode estacionar e a mercadoria é colocada no carro. Também mantivemos a vitrine virtual onde os lojistas podem expor produtos e fazem as vendas online para retirada aqui ou entrega por delivery, esse movimento de vendas pela internet veio para ficar”, descreve Lima.
Sorteio de prêmios foram mantidos nos shoppings da região. O Praça vai sortear carro e outros prêmios, mas a aquisição de cupons será feita pela online para evitar aglomeração. As decorações natalinas e atrações, que fazem parte das estratégias para atrair os consumidores, também serão diferentes. “Nossa decoração está mais contemplativa para que os clientes tirem fotos, e a campanha mais tecnológica, o Papai Noel, que é do grupo de risco, não vai estar presencialmente no shopping. As crianças podem baixar um aplicativo e vão fazendo as leituras dos totens instalados nos corredores até chegarem ao Papai Noel em realidade aumentada, e vão poder até tirar foto com ele”, conta Lima. Lima diz que durante a pandemia alguns lojistas entregaram os espaços, mas hoje a situação se inverteu. “A vacância hoje é menor que em 2019, na pandemia fecharam 4 lojas e depois abrimos 11 novas”, afirma.
A gerente do Shopping ABC, Flávia Tegão, disse que espera aquecimento das vendas. Novas redes também desembarcaram no centro de compras. “Veremos um aquecimento nas vendas em comparação às semanas anteriores. A expectativa é conquistarmos números bem próximos ao Natal do ano passado em vendas. Estamos bem próximos dos números do ano passado, em uma crescente de movimento e de vendas. As pessoas têm se sentido mais seguras em vir ao shopping, com todos os protocolos de prevenção”, analisa.
O Shopping ABC vai sortear um carro como prêmio principal de sua campanha de Natal. “Investimos em uma promoção com um prêmio robusto, um carro bem completo, com acessórios de última geração, além do mimo para quem participar: um espumante”, diz Flávia. Os lojistas também contam com apoio do shopping para fazerem vendas online. “Disponibilizamos nossas redes sociais e site para que os lojistas abasteçam com divulgações e promoções e assim atraiam mais o público para seus meios de vendas online e presenciais”, diz.
O gerente de marketing do Golden Square Shopping, Marcus Sanabria, também espera que as vendas deste ano sejam iguais as de 2019. “Estamos otimistas. Os números apontam para uma recuperação e a expectativa é que a gente alcance os mesmos resultados do ano anterior. Segundo a Abrasce, o Dia das Crianças registrou o melhor resultado entre as datas comemorativas de 2020, demonstrando uma recuperação gradual a cada data”, afirma.
No Golden a interatividade e a tecnologia também farão parte da decoração natalina. “O Papai Noel é sempre muito esperado por todos com grande expectativa. Neste ano, não poderíamos deixar de levar a magia do Natal para nossos clientes e ele chega digitalmente. Já a decoração da Vila de Natal temática será contemplativa, ideal para fotos”, adianta.
Sanabria disse que o shopping vai também manter as estratégias de vendas online. “Durante a pandemia, apenas aceleramos o processo de digitalização com projetos que estavam previstos para os próximos anos. É o caso do Drive Thru, Retire Aqui e FoodStop, que possibilitam novos modelos de entrega e retirada dos produtos, além da ferramenta do CompraZap. Nesse período de retomada, a nossa estratégia é facilitar e reduzir o atrito na jornada do consumidor dentro do shopping. Assim, tornamos a experiência do consumidor mais atrativa, interativa e conveniente”, afirma.
Comércio de rua
A expectativa de vendas para o Natal não fica restrita aos shoppings. Para o presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), José Eduardo Zago, o comércio de rua está efervescente. “Tem alguns horários que o centro fica parecendo a 25 de Março”, diz ao se referir a rua de comércio popular da Capital. “Eu estou muito otimista, arrisco dizer que o comércio deve crescer 30% se comparado com o ano passado”, diz.
O dirigente da Aciam considera que há uma grande demanda de consumo reprimida com a pandemia. “Acredito que como muitas pessoas estão com medo de viajar vão gastam mais nos presentes, principalmente para agradar as crianças que estão em casa, com aulas online e com opções de diversão restritas”, afirma.
Setor estagnado
Mas para Filipe dos Anjos, dono de loja de confecções masculinas em Diadema, o movimento deve ficar 15% menor do que no ano passado. “Alguns setores se beneficiaram com as medidas do governo, como o auxílio-emergencial. Saíram ganhando os setores de alimentação, reforma de casas, peças de carro, materiais para casa como artigos de cama, mesa e banho além de artigos para o home-office. No meu segmento, há fatores que contribuíram para a estagnação; não se vende mais ternos, não tem festas, não tem reuniões formais então a roupa social parou de vender. Só depois de junho começou a retomar, mas muito devagar. Desde setembro quando comecei a fazer pedidos para as vendas da Black Friday e Natal, os fornecedores me dizem que falta matéria prima; meias e cuecas, que são itens fundamentais, eu não vou ter”, analisa o comerciante cuja loja, a Philip Shop, tem 55 anos de história em Diadema.
O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), Valter Moura, é também cauteloso com as previsões para o Natal. O dirigente acredita que as vendas vão acontecer, porém avalia que o resultado final em vendas não deve ser muito alto. “O décimo terceiro salário vai ajudar, o trabalhador vai usar uma parte para pagar dívidas e o restante vai presentear, mas o valor do presente vai ser menor. Vai ser o Natal da lembrancinha, tirando o setor de brinquedos que é imbatível na data”, comenta.
Moura aposta que as vendas online vão dominar, como em outras datas comemorativas neste ano e sobre a comparação das vendas, ele avalia que o patamar deve fechar perto do resultado de 2019. “A venda pela internet vinha crescendo muito, mas com a pandemia cresceu mais de três anos, porém o comércio de rua e o de shopping também vão faturar bem, comparado com a estagnação do ano. Mas comparando com o ano passado, se empatar, já podemos dizer que é um grande resultado”, analisa.
A expectativa da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) é mais otimista. Segundo o presidente da entidade, Pedro Cia Júnior, a previsão é crescer ate 10% em relação ao ano passado. Cia Júnior diz que desde agosto Santo André experimentou uma recuperação forte principalmente do comércio de rua, até mais do que as lojas de shopping. “Mas esse movimento deve se equivaler no Natal”, avalia.
A Acisa preparou campanha de fim de ano para dar força ao comércio, sobretudo os pequenos. “Percebemos que o pequeno tem uma necessidade maior do amparo da associação, por isso a campanha que teve investimento de aproximadamente R$ 100 mil e na qual a cada R$ 20 em compras equivalem a um cupom”, explica. Os cupons são digitais, o valor do tíquete é convertido em cupom digital que o cliente obtém através de um aplicativo que é baixado em smarphones e é acessado por QRCode que estará nas lojas participantes. Serão 100 prêmios sorteados ao longo de dezembro, dentre eles três motocicletas.
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