O mercado de internet das coisas (IoT) no Brasil está cada vez mais exigente e pragmático, apesar de ainda não apresentar grandes extensões e com propostas mais simples. Trata-se de uma evolução, de necessidade, que aconteceu durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), de acordo com professores e especialistas da área, e que devem trazer transformações significativas em todos os meios já nos próximos anos.
Segundo o coordenador dos cursos de Gestão e Pós-Graduação da Universidade São Judas, André Pelarin, desde que se iniciou o distanciamento social, foi necessário que as pessoas se mantivessem conectadas com amigos, familiares e o próprio trabalho, o que levou a uma aceleração tecnológica obrigatória. “As pessoas nunca estiveram tão dependentes do computador como agora, e isso fez com que o mercado da internet amadurecesse, ainda que de forma obrigatória”, analisa.
Depois que a fervura do distanciamento social declinou nos primeiros meses, foi a oportunidade para que os projetos mais exploratórios das empresas viesses e passassem a existir, segundo o professor. “O País precisava estar preparado com uma boa rede de conexão, de velocidade de banda larga e com transmissão de dados, e isso não aconteceu em um primeiro instante, até porque muitas pessoas sequer obtinham acesso à internet. Foi o período ao qual as empresas se adequaram a os projetos começaram a sair do papel para se estruturarem”, explica.
No fim, na visão do engenheiro elétrico e responsável por suporte de produto da Omron Brasil, Gabriel Camara Gomes, houve um ajuste na rota de aceleração de algumas verticais, com amadurecimento de forma geral da internet. Entre os viés positivos estão o aumento do pragmatismo do mercado e novas possibilidades de conexão, a exemplo do Google Home e Alexa (assistente virtual). “Além de novos aplicativos e plataformas, surgiram também possibilidades para aqueles que já não tinham formas de se conectar, ou tinham dificuldades, terem uma maior facilidade, por meio de ativador de voz ou de movimentos”, comenta.
Ainda de acordo com o especialista, são mudanças significativas que devem tomar conta cada vez mais do cotidiano das pessoas, inclusive do mercado de trabalho nos próximos anos, apesar da pandemia. “É algo que evidentemente irá mudar a forma de pensar e agir das pessoas, inclusive irá interferir no mercado de trabalho, mas que ao nosso ver vem como algo positivo, para agregar, com mudanças significativas”, enfatiza.
Para o especialista de Produto – Controle, Movimento e Robótica da Omron Brasil, Renan Rubim de Castro Souza, as aplicações da internet das coisas são inúmeras, e o impacto dessa tecnologia vai além do mundo corporativo e dos negócios. “Será algo que os gestores dos parques fabris e empresas terão que se preocupar e muito. Entender que a vida do usuário mudou e que o colaborador agora depende destes equipamentos, faz parte da Indústria 4.0, e quem não acompanhar essas mudanças, ficará para trás”, garante.