Cada vez mais os postos de combustíveis da região têm feito vendas irregulares de produtos e serviços, em alguns casos há até superfaturados. Tendo em vista as ações cada vez mais comuns, o coordenador do curso de Engenharia Mecânica da Fundação Santo André, Jeferson Lopes, orienta o motorista sobre como não cair em armadilhas dos frentistas.
Em um posto Shell, localizado na avenida Rotary, em São Bernardo, uma moradora diz ter sofrido com cobranças abusivas. Em abril do ano passado, Graziela Santos conta foi ao posto para abastecer o veículo e, na oportunidade, pediu para que o frentista conferisse a água do reservatório. “Foi então que, sem minha autorização, ele aproveitou e conferiu o reservatório de óleo, disse que estava abaixo da média e sugeriu que eu trocasse. Achei estranho e disse que não trocaria, pois havia feito a troca há poucos meses, mas ele insistiu e disse que eu poderia ficar parada no meio do caminho”, conta.
Com medo da situação, Graziela aceitou a troca de óleo e quando o frentista terminou o serviço, conta que foi solicitada a troca de outro fluido, agora do radiador, mas que este não foi autorizado. “Aí percebi que estavam abusando, e quando fui pagar, me cobraram R$ 300, fiquei inconformada. Depois que fui pesquisar os valores dos fluidos vi que um custava R$ 23, sendo que ele usou 8 vidros de 250 ml no máximo. É uma falta de respeito com o consumidor e as pessoas são enganadas sem nem sequer saberem”, reclama.
Diante da situação, o professor orienta que o correto é que os clientes busquem os postos de combustível somente para abastecer 0s veículos e eventualmente verificarem a pressão dos pneus. “Qualquer outro fluido que conste no compartimento do motor, não é aconselhado que seja verificado no ato do abastecimento do veículo, a sugestão é que seja visto quando o carro ainda estiver frio, em casa ou até mesmo em uma oficina de confiança”, sugere.
De acordo com engenheiro, o único serviço aconselhável a ser feito nos postos de combustível são os de lavagem de para-brisa, no entanto, em nenhuma hipótese deve-se verificar a água do compartimento de arrefecimento do motor, o que é muito comum acontecer. “Isso infelizmente acontece e muito, o que é errado. Quando o carro está em movimento, o motor está quente e o conteúdo está sob pressão, então o nível de fluido fica modificado no momento em que há a abertura e há o perigo de se abrir o reservatório, uma vez que ele é projetado para trabalhar sob pressão, inclusive a tampa funciona como uma válvula de alívio”, explica.
Nestes casos, o ideal é que, antes mesmo que o veículo saia da garagem, seja verificado se há água e fluido de arrefecimento no motor para que somente após a verificação o veículo entre em funcionamento. “Principalmente em viagens de longa distância, ou que vá exigir muito do motor. Caso contrário, não caiam em golpes de postos de combustível, porque a prática da venda casada ou da tentativa de vendas adicionais é comum, principalmente quando se trata de um produto adicional ao qual o frentista ganha o valor por fora”, ensina o professor.
No mesmo posto de combustível, o também morador de São Bernardo, Thiago Tadeu, conta que sem sua permissão, os frentistas do posto de combustível colocaram mais óleo do que o solicitado. “Quase fui alvo de um roubo, mas me recusei a pagar. Disse que chamaria a polícia, porque foi um serviço que eu não solicitei”, conta ao lembrar que saiu do local sem pagar pelo serviço. “Se é alguém que não tem conhecimento, acaba sendo explorado”, diz.
Na última quinta-feira (15/10), a equipe do RD tentou contato telefônico com o Posto Shell para um posicionamento, mas não obteve sucesso.