O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá corre para fechar os acordos de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) com as empresas do setor e tirar o atraso ocasionado pela pandemia da covid-19. Até o momento foram fechados 17 acordos, só com empresas menores, mas que já injetaram R$ 1,273 milhão na economia do ABC. A expectativa é fechar entre 120 e 130 acordos, injetando R$ 20 milhões.
Segundo Adilson Torres, o Sapão, vice-presidente do sindicato, a pandemia e a suspensão do atendimento no sindicato atrasaram o processo de negociação. Segundo ele o sindicato manteve o plantão para atendimento de demanda dos trabalhadores, mas as negociações estão sendo retomadas agora e o resultado já pode ser considerado positivo. “Fechamos 17 acordos de PLR, tivemos dificuldades na pandemia, mas está se voltando à normalidade, o trabalhador deu a sua dose de contribuição, muitas vezes teve a suspensão do contrato e queira ou não, teve a redução do salário ou redução da jornada com redução de salário, mas agora estamos retomando a normalidade e avançando nos acordos de PLR. O que a gente tem colocado é que, independente de discutir metas, é importantíssimo que a empresa tenha um olhar de reconhecimento com seus trabalhadores, que tiveram uma suspensão do contrato e jornada reduzida, mas logicamente as contas não param, o que dá um desfalque financeiro na conta do trabalhador”.
A meta do sindicato é bater o número de acordos fechado no ano passado, para já passar também a negociar salários, pois no segundo semestre já se começa a discutir a campanha salarial. Porém os valores de PLR estão menores, em média entre 60% e 70% os valores do ano passado. Só os 17 acordos fechados já representam 1.012 trabalhadores beneficiados e a maior parte das empresas já pagou antecipadamente. Segundo Sapão a categoria representa mais de 8 mil trabalhadores e quando todos os acordos forem fechados, a injeção de dinheiro na economia vai passar dos R$ 20 milhões. “Até agora foram só as empresas de pequeno porte, as maiores estão em negociação ainda”, explica.
Enquanto a pandemia não passa o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, teve um trabalho intenso para garantir as condições para os trabalhadores e a manutenção dos empregos. Foram celebrados no período, com base na Medida Provisória de suspensão de contrato de trabalho, 138 acordos, além de outros 135 termos regulamentando a redução da jornada de trabalho. “Em alguns casos conseguimos ampliar a estabilidade do trabalhador em um mês a mais que a MP”, acrescenta Rafael William Loyola, primeiro tesoureiro do sindicato, que junto com Sapão, participou do RDTv desta terça-feira (18/08). O programa recebeu ainda Manoel Severino da Silva, o Manoel do Cavaco, secretário geral da entidade.
“Muitas empresas, se não tiver a pressão do sindicato, acabam demitindo mesmo”, aponta Sapão, que destaca que quanto mais trabalhadores sindicalizados melhor é a negociação. “No caso do PLR, aquele que não é associado tem descontado de 5% do acordo porque toda a estrutura e acompanhamento envolve custo e só temos como fonte de renda a mensalidade dos associados. Sendo sócio fica isento e fortalece o sindicato, pois onde tem maior número de trabalhadores associados é onde conseguimos acordos melhores”, anuncia. “É só com luta que vamos conquistar; nessa pandemia vemos a importância de sermos pares”, completa Loyola.