Em videoconferência realizada nesta quarta-feira (8), pela Prefeitura de São Caetano, o reitor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Leandro Prearo, relatou que aguarda para a próxima semana a assinatura do termo de cooperação com o Instituto Butantan para o início dos testes da terceira fase da vacina chinesa CoronaVac. A Secretaria Municipal de Saúde começou o processo de listagem dos possíveis voluntários que atualmente estão na linha de frente no combate ao covid-19.
O termo é uma das últimas etapas burocráticas para o início da testagem. Além disso, a USCS aguardará a instalação de todos os equipamentos necessários e a chegada de pesquisadores que receberão bolsas de estudo para participar de um dos estudos para a criação de uma cura para o novo coronavírus. Todo esse investimento será feito pelo próprio Instituto Butantan levando em conta parceria que já seria realizada para a pesquisa de uma nova vacina para a gripe.
“Apesar de não ter o investimento direto da USCS, creio que se precisasse desse dinheiro certamente colocaríamos, pois estamos em um momento histórico para a Universidade e para os alunos. É algo que será extraordinário para todos”, disse Prearo.
Enquanto a Universidade aguarda os próximos passos, a Prefeitura de São Caetano encaminha o processo em relação aos voluntários. Segundo a secretária de Saúde, Regina Maura, a listagem com os nomes dos profissionais da área será entregue nos próximos dias. Para participar do sistema de voluntariado, a pessoa não pode ter histórico com a doença e nem sequer o anticorpo. Apesar do número de voluntários que será necessário na cidade não ter sido divulgado, o Município se prepara para a necessidade de angariar outros médicos e enfermeiros no restante do ABC e também nos bairros da Capital que fazem divisa com a região.
Segundo o infectologista Fabio Leal, que coordenará os estudos, todos aqueles que vão tomar a vacina ou o placebo serão acompanhados por um ano, porém, isso não significa que a vacinação, caso seja comprovada a eficácia do medicamento, aconteça apenas depois deste período. “Se houver uma eficácia grande o estudo pode acabar antes, como também se houver um problema”, explicou.
Diferenças
A CoronaVac é a segunda vacina a ser testada no Brasil, a primeira é a produzida pela Universidade de Oxford (Reino Unido). Leal alerta que não existe qualquer tipo de rivalidade entre uma e outra, pois considera que haverá a necessidade muitas vacinas para melhorar o sistema de produção em massa, pois só no Brasil seriam necessárias entre 200 milhões e 400 milhões de doses.
No caso da vacina britânica, a fase três está adiantada com a testagem de mais de 5 mil pessoas. Em relação ao estudo chinês, a terceira fase começa agora com 9 mil voluntários. A CoronaVac até o momento foi testada para duas doses, com diferença de 14 dias entre as aplicações. Ambas estão em fases adiantadas, pois tem como base estudos para vacinação contra outras doenças respiratórias que não prosseguiram com um número elevado de infecção, fato que adianta o processo histórico de 10 anos para a produção de uma vacina.