
Mesmo com as medidas de isolamento social, há cidades que ainda recebem denúncias de pancadões e perturbação do sossego no ABC. Diadema possui 122 registros de ocorrências dessa natureza. Mauá também é um dos municípios que já acumulam centenas de chamados desde o início da pandemia. Para cessar as aglomerações causadas por tais eventos, as prefeituras contam com fiscalização por meio da GCM (Guarda Civil Municipal) e da Polícia Militar nas vias e ações de conscientização para a população.
Em São Bernardo, a fiscalização é realizada pela GCM, por meio de rondas e estacionamento de viaturas em locais de maior índice de solicitações. O intuito é incentivar o isolamento social, inibir o funcionamento de comércio não autorizado e a realização de pancadões.
Para evitar a atividade, o município publicou o decreto nº 21.130, de 8 de abril de 2020, que autoriza a interditação de vias e espaços públicos onde forem constatados acúmulo de pessoas e abertura irregular de comércio.
São Caetano fiscaliza nos chamados pelo número 0800-7000-156 e com equipes da Secretaria de Planejamento e Gestão. Sem denúncia desde o início da pandemia, promove ações informativas da GCM e o Programa Guardiões da Vida, com dois veículos com assistentes sociais e agente de saúde, que percorrem as ruas e levam informação sobre isolamento social.
Desde o início da quarentena, Diadema recebeu 122 denúncias. As ações para inibir aglomerações são feitas em dias alternados, sendo um dia realizadas pela GCM e outro dia realizado pela Polícia Militar. Só no último domingo (7/6), a equipe da ROMU, com apoio da Guarda Ambiental e do Canil, fez intervenção em seis pancadões, com remoção de veículos por barulho e por infração ao Código de Trânsito Brasileiro.
Em Mauá, as fiscalizações são feitas em operações rotineiras e especiais pela GCM, aos fins de semana. A cidade já atendeu centenas de chamados desde o início da pandemia, especialmente fins de semana e feriados. Campanhas educativas, por meio da internet, carros de som, outdoors e fiscalização contínua instrutiva fazem parte das medidas para evitar a atividade.
Há dois anos Ribeirão Pires não registra casos de pancadões na cidade, mas desde a implantação de canal de atendimento via WhatsApp, pelo telefone 97412-9601, a cidade recebe, em média, quatro denúncias de descumprimento do isolamento social por dia.
As autuações de veículos estacionados com barulho são feitas através de denúncia dos moradores à segurança municipal ou a Polícia Militar. Os profissionais da Guarda Municipal foram instruídos a orientar a população sobre práticas seguras em relação ao vírus, especialmente quando observado o descumprimento das medidas de segurança, como aglomeração de pessoas em espaços públicos ou a falta de uso de máscaras.
Bairro Capuava
Uma moradora do bairro Capuava, em Santo André, que preferiu não ser identificada, reclama dos muitos casos de perturbação sonora e aglomeração na vizinhança. “Aqui em Capuava, na rua Olávo Hansen, ocorre muito e não passa nenhuma viatura”, reclama.
A munícipe ainda diz que há quem não respeita as medidas de isolamento e permanece frequentemente em aglomeração nas vias, além de incidência de som alto e comércios não essenciais abertos. “As pessoas não respeitam. Som de carro alto, bar aberto até madrugada. Não só aqui, mas em muitos outros bairros e cidades da região também”, diz.
Questionada, a PM informa que não possui dados sobre a quantidade de denúncias de perturbação sonora durante a pandemia no ABC, sendo possível apenas pela lei de acesso à informação. As prefeituras de Rio Grande da Serra e Santo André não responderam até o fechamento da reportagem.