Entre seis, das sete cidades do ABC, há pelo menos 1.281 desabrigados, que, principalmente com a aproximação do inverno e durante a pandemia do novo coronavírus, ficam ainda mais suscetíveis a doenças. Diadema lidera a lista com 376 moradores em situação de rua, seguida por São Bernardo, com 360, e Santo André, com 300. Logo após vem Mauá, que possui cerca de 140 atendidos no albergue, São Caetano, com 60, e Ribeirão Pires, com 45. Para proteger essa população, as prefeituras ainda estudam ampliar o acolhimento.
Em São Caetano, a Instituição Lar Bom Repouso, parceira da cidade no acolhimento de desabrigados, suspendeu as atividades para novos usuários por causa do avanço da pandemia. Por isso, foi estabelecida nova parceria com a ONG Mãos que Abençoam, que também oferece alimentação, higiene, cuidados pessoais e convivência.
Em atendimento à situação de calamidade pública, e do aproximar das baixas temperaturas, o município trabalha na implantação de um Serviço Temporário de Acolhimento para Pessoas em Situação de Rua, que deverá funcionar 24h, e atender, inicialmente, 30 usuários, tendo como prioridade, idosos, deficientes e demais usuários pertencentes ao grupo de risco da covid-19. A previsão de início do funcionamento é na primeira semana de junho
Diadema possui, desde 2017, a Operação Inverno, que, de junho a setembro, articula ações para a população em situação de rua. O Centro Pop (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), atende em média 35 pessoas por dia. Em parceria com duas organizações da sociedade civil, a cidade oferta de 70 vagas em acolhimento noturno.
Além da intensificação de medidas de higiene e ampliação do período do banho e distribuição de sabonete líquido e garrafas de água, a Secretaria de Assistência Social e Cidadania oferece dois Centros de Acolhida, que, ao todo, disponibilizam 40 vagas para pessoas em situação de rua com suspeita ou confirmação da covid-19. O objetivo é oferecer local e estrutura para que essa população consiga cumprir a quarentena.
Medidas preventivas
Em São Bernardo, o atendimento à população em situação de rua ganhou medidas preventivas. São 42 vagas no Complexo do Estádio 1º de Maio para moradores que necessitem de isolamento, por orientação médica, além do desmembramento de 20 vagas para pernoite em albergues, para melhorar o distanciamento entre as camas da Casa de Passagem.
O serviço é disponível 24h, por meio de Centro de Acolhimento, assim como a Moradia Provisória, no bairro Riacho Grande. Os acolhimentos são acompanhados de serviços de alimentação e higiene, além de assistência social e psicológica. A cidade liberou o uso de mais dois banheiros, no total de quatro, no Centro de Acolhimento, para higienização e banho aos sábados domingos e feriados, das 8h às 13h.
Na Casa de Passagem, foram instaladas duas pias para higienização, além do distanciamento entre as camas e as orientações sobre higiene e prevenção. A cidade também intensificou abordagens e a oferta de serviços de acolhimento durante o inverno, por meio da operação Cobertor que Salva.
Na Operação Inverno, que começou dia 7 de maio, Santo André passou a oferecer aos moradores de rua, kit com máscaras, roupas, cobertores, lanches, além de acolhimento higienização, alimentação, cama e cobertor no Centro POP, localizado no centro da cidade, na Casa de Acolhimento, no Parque Miami e no Albergue Noturno, que funciona na vila Cecília Maria. Atualmente a cidade conta com 180 vagas nos três abrigos.
No início da pandemia, Santo André montou um centro de acolhimento especial para pessoas em situação de rua que estão em risco de contaminação. O local conta com café da manhã, almoço e jantar e estadia por 24h, não sendo permitido sair e voltar após a entrada, para evitar a possível disseminação do vírus. No momento este acolhimento conta com 33 internos em regime especial.
Cobertores e lanches
Em Mauá, de 140 atendidos, apenas 23 homens e 3 mulheres aceitam pernoitar no Albergue Municipal. No local, são oferecidos banho, café da manhã, almoço e jantar. No inverno, recebem orientação para se dirigir até o centro de acolhimento. Caso não aceitem, recebem cobertores e lanches.
As abordagens acontecem depois das 19h para aqueles que não compareceram no equipamento e são novamente convidamos. Daqui a duas semanas será inaugurado novo espaço, com 40 vagas para homens e 15 para mulheres.
Desde março, Ribeirão Pires intensifica as ações de assistência à população em situação de rua com disponibilização de espaço para banhos, alimentação, dormitórios na Casa da Acolhida, onde são atendidas cerca de 30 pessoas por dia. Em média, outras 15 pessoas estão nas ruas e não aceitam o serviço de acolhimento.
Como proteção contra a covid-19, foram adotadas medidas como reorganização de camas nos cômodos, para a distância de segurança, e o isolamento de pessoas dos grupos de risco. A higiene também foi reforçada, com limpeza permanente dos cômodos e de cuidados pessoais dos conviventes. Além disso, a Casa da Acolhida recebe 50 marmitas diárias, doadas pelo SESI-SP.