Além da pandemia na saúde, o novo coronavírus (covid-19) também colocou um novo desafio para o mundo, uma recessão econômica pela redução da produção mundial. Para o economista e pesquisador do Conjuscs (Carta de Conjuntura do Observatório da Universidade Municipal de São Caetano), Adhemar Mineiro, o investimento estrangeiro vai ser reduzido no Brasil nos próximos tempos. Tal situação ocorre pela soma do problema sanitário vivido pelo planeta e a imagem do País no exterior.
Ao RDtv desta terça-feira (26), o economista relatou que o ano de 2020 não seria o mais fácil para o Brasil devido a série de dúvidas geradas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, e também algumas ações políticas recentes na América do Sul como as crises na Bolívia e no Equador, além da mudança no comando da Argentina.
O que não seria considerado fácil causaria uma estagnação na economia brasileira, mas segundo Mineiro a pandemia acabou acelerando o processo para uma recessão descrita como “dramática” pelo pesquisador que considera que as nações mais desenvolvidas economicamente vão apostar mais em si do que exatamente em investimentos em outros países.
“Esses países vão se privilegiar, ou seja, os recursos serão colocados primeiramente para que eles saiam da crise, portanto, contar com recursos internacionais neste momento é um exercício primariamente teórico de um otimismo, pois não me parece que haverá recursos para este investimento”, explicou.
Entre as situações exemplificadas está a da China, principal parceiro e investidor do Brasil, os chineses já estavam com crescimento menor do que em relação aos últimos anos, com um PIB (Produto Interno Bruto) de 6,1%, o pior nas últimas três décadas, e que foi causado pela postura chinesa de tentar reduzir os gases poluentes na atmosfera.
Tal medida em prol do meio ambiente segue o caminho contrário do Brasil que no ano passado acabou sofrendo com a maior sequência de queimadas na Amazônia, fato que causou uma má impressão no mercado estrangeiro e alguns entreveiros com países como Alemanha e França.
Para Adhemar Mineiro, a imagem do Brasil no exterior pode colaborar para uma piora na economia. “O governo brasileiro já era visto como um caso complicado no ano passado, porque você já tinha uma ação hostil em relação a questão ambiental”, explicou.