Em entrevista ao RDtv, o reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Dácio Matheus, declarou que ainda não há previsão para a volta às aulas presencial este ano, uma vez que a curva de casos confirmados e óbitos em decorrência do novo coronavírus (covid-19) na região não vem dado trégua. Deste modo, a instituição segue com o cronograma de aulas online e desenvolvimento de projetos a fim de achatar a curva.
Desde o início do isolamento social, em meados de março, alunos, professores e demais funcionários da Universidade resolveram unir forças para fazer com que a academia participasse ativamente no combate da transmissibilidade da doença. “Foram idealizadas 56 medidas na tentativa de enfrentar a doença, entre elas desenvolvimento de novas testagens e equipamentos de segurança, o que já tem garantido resultados satisfatórios”, avalia o reitor.
Um dos projetos que ganhou destaque foi o COVIData, que em parceria com o Consórcio Intermunicipal do ABC, permite ao cidadão inserir, em uma plataforma online, dados sobre seu histórico de saúde e respostas a questões específicas sobre sintomas típicos de infecção do novo coronavírus. Este que pode ser acessado pelo link https://covidata.ufabc.edu.br. “Nesse sentido tivemos ações comunitárias e tecnologias sociais para ajudar a população, com produção de álcool em gel, teste PCR e outros investimentos”, lembra.
O que também passou por adaptação foi o ginásio da universidade campus Santo André (av. dos Estados), que após uma permissão provisória da reitoria, foi reformulado para a montagem de um Hospital de Campanha, tentativa da Prefeitura de Santo André, em parceria com a UFABC para achatar a curva de casos da doença e fornecer apoio aos municípios da região. “Trata-se de uma unidade temporária para atendimento às vítimas da pandemia. Todos os projetos alinhados com o mesmo propósito, vencermos essa doença juntos”, enfatiza o reitor.
Mudanças no cronograma
Em meio às iniciativas, a universidade continua com o cronograma acadêmico em esquema home office. “Tivemos que nos organizar em vários quesitos e tornar as ferramentas familiares aos olhos dos alunos e professores, o que tem chamado atenção, porque a questão tem ampliado e muito o leque de opções de aprendizagem”, destaca ao lembrar que algumas medidas devem permanecer mesmo após a pandemia.
A Universidade planeja, ainda, um esquema de revezamento para quando as aulas presenciais retornarem. “Já estamos estudando algumas alternativas caso tenhamos que voltar gradualmente já nos próximos meses, sem colocar alunos e professores em risco”, completa. São em média 11 mil alunos matriculados na graduação e outros 2 mil na pós-graduação.