A terceira e última fase da campanha de vacinação contra a gripe (Influenza) no ABC, que iniciou no último dia 11, acendeu um novo alerta para o governo estadual: a necessidade de intensificar a campanha de imunização para crianças com até seis anos de idade- grupo considerado de risco para a doença – uma vez que o número de imunizados neste grupo prioritário está abaixo do desejável. O número é preocupante, pois o vírus – do qual o H1N1 é um subtipo – é conhecido por provocar complicações respiratórias.
Conforme apontam os dados informados por seis, das sete prefeituras da região, até o momento foram imunizados pouco mais de 403 mil pessoas, sendo 78,9 mil são crianças. O único município que alcançou a meta de 90% de imunização estipulada pelo Ministério da Saúde foi Mauá, que protegeu 31.795 crianças (102,88%), enquanto a cidade que contabilizou menor adesão foi Ribeirão Pires, com apenas 809 dos pequenos imunizados (10,79%). Rio Grande da Serra não informou.
São Caetano, que desde o início da campanha imunizou 65.104 pessoas, chegou apenas na metade do estipulado pelo Ministério da Saúde, imunizou 3.721, o que corresponde a 46% das crianças do município. A meta em São Bernardo era imunizar 151.179 crianças em um universo de 206.038 pessoas que precisavam receber a proteção, no entanto, somente 18.548 foram imunizadas (33,8%). Diadema também está longe do ideal, com meta de vacinar 58.498 crianças, somente 9.274 receberam a proteção, 29,62% do total.
Em entrevista ao RD, o infectologista da rede estadual, Carlos Eduardo Souza, alerta a importância para se proteger da Influenza, vírus potencialmente perigoso. “A vacina vai evitar que duas epidemias aconteçam ao mesmo tempo e ainda vai facilitar o diagnóstico de quem desenvolver o coronavírus (covid-19) ou possuir algum sintoma semelhante”, alerta.
O especialista lembra ainda que, embora uma parcela das crianças seja assintomática diante do covid-19, os pequenos podem causar um perigo redobrado, uma vez que são considerados vetores da doença. “Muitas crianças não sentem precisamente os sintomas clássicos da covid-19, ainda sem explicação, mas que pensamos ser pelo sistema imunológico eficiente. Acontece que isso não quer dizer que a criança não seja um vetor de risco dentro de casa ou que não contraiu a doença”, enfatiza. “Por isso é muito importante que todas as mães e responsáveis vacinem seus filhos e obedeçam o calendário de vacinação apesar da pandemia, com os devidos cuidados”, sugere.
Questionado sobre as reações da vacina, o infectologista explica que a gripe não provoca a própria doença, justamente por ser composta de um vírus inativado, ou seja, incapaz de provocar uma infecção no corpo. O que pode ocorrer, segundo o médico, é provocar reações leves como dores no local em que a vacina foi aplicada, inchaço ou vermelhidão. “Todos esses sintomas passam em menos de 48h, não precisa ter preocupação”, diz.
Quem ainda não recebeu a proteção, deve aproveitar a oportunidade. Até 6 de junho, os municípios darão continuidade à Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, exceto feriado, nas UBSs e USFs da cidade. Consulte a mais próxima.