Dezenas de condutores de vans escolares realizaram um protesto pelas ruas do Centro de São Bernardo na manhã desta quinta-feira (14/05) com o objetivo de chamar a atenção para a dificuldade financeira do segmento. A carreata foi organizada pelos próprios motoristas de forma autônoma. O Sindicato dos Transportadores de São Paulo, soube da manifestação na região e informou que ela é fruto da insatisfação da categoria, que está sem receber as mensalidades, já que as escolas estão fechadas, e também não conseguem o auxílio emergencial do governo federal. Os manifestantes pediram também isenção das taxas.
O manifesto passou pelas avenidas do Centro, mas não gerou congestionamento. Os organizadores estimaram que mais de 200 carros participaram da carreata. Donay Neto, que já foi presidente do Sindicato dos transportadores disse que o protesto foi combinado pelos próprios motoristas através de grupos de WhatsApp. “É o desespero pela situação que se encontram, sem ajuda governamental e com prestações para pagar. A gente imagina que, se as escolas reabrirem em agosto muitos transportadores já vão ter perdido o carro. Temo que muitos pais ficarão sem transporte para o filho”, avalia.
Somente no ABC são cerca de 7 mil pessoas que vivem da atividade, metade são autônomos, ou seja, aquele tio da perua contratado diretamente pelo pai. O restante trabalha para as prefeituras ou empresas que os contratam. “O governo do estado e os municípios estão pagando um valor mínimo e os trabalhadores estão em casa, mas quem é autônomo não estar recebendo nada”, relata do presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Escolares e das Microempresas de Transportes de Escolares do Estado de São Paulo, Wesley Florêncio. “Estamos pressionando o governo federal para acatar uma emenda que garanta ao transportador o direito de receber o auxílio emergencial. O sindicato também está negociando com o governo do estado uma linha de crédito para que o trabalhador consiga passar por esse período”.
Apesar de não ter organizado o ato de São Bernardo, o sindicato apoiou a iniciativa. “São trabalhadores que precisavam ir para a rua, para serem ouvidos, não chegaram a serem recebidos por nenhuma autoridade, mas mostraram a insatisfação”, concluiu Florêncio.