Durante o isolamento social, é comum que as famílias tenham sofrido mudanças na rotina de casa, mas para uma vivência saudável, a neurologista Ana Paula Dias explica que alguns aspectos precisam ser mantidos. De acordo com a médica, estabelecer horários determinados para o sono, que deve ter duração de 6 a 8 horas por noite, e praticar atividades de relaxamento, como meditação e ioga, é essencial para evitar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, ganho de peso e impactos no humor.
Com a pandemia do novo coronavírus, muita gente que está em quarentena deixou de seguir horários da rotina, que mantinham, anteriormente, e passou a ser adepta do cochilo durante o dia, mais tempo de uso de meios eletrônicos e até mesmo maior consumo de álcool. Para a médica, estes hábitos interferem diretamente na qualidade do sono. “Eles geram mais agitação, o que prejudica o descanso de noite. Manter os horários de acordar e dormir e de alimentação é primordial”, alerta a neurologista durante entrevista ao canal RDtv.
Ana Paula Dias comenta que, com a falta do cansaço físico antes era gerado pela rotina agitada, o corpo não se esgota fisicamente no final do dia e isso acaba sendo mais um fator para o desequilíbrio do sono, o que pode ser mudado com a frequência de exercícios físicos em casa. O estímulo de relaxamento é muito importante nessa hora. “Devemos desenvolver atividades de respiração, como ioga e meditação. Os aplicativos focados nessas práticas são boas opções”, sugere.
Técnica 3-2-1
A neurologista chama atenção para a técnica ‘3-2-1’, essencial para um sono saudável. “Três horas antes de dormir não podemos comer mais nada; duas horas antes do sono devemos nos desligar de tudo que envolva trabalho; e uma hora antes não podemos ter contato com nenhum meio eletrônico, como celular e televisão”, ensina. E dá mais dicas: tomar um banho, abaixar as luzes e ler um livro antes de dormir auxilia na qualidade do sono.
Sobre os problemas ocasionados pela falta de noites saudáveis de sono, a médica afirma que há diversas complicações que podem ser desenvolvidas, já que a mesma afirma que o sono é um momento em que várias reações bioquímicas acontecem no nosso organismo. Com o tempo, a falta do sono saudável pode gerar impacto no ganho de peso, maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes e AVC, além de influências negativas no humor, que geram irritação, depressão e ansiedade, conta.
A dor de cabeça, fator que costuma ser normalizado pelas pessoas que têm o sintoma com frequência, também pode ser sinal de má qualidade do sono, segundo Ana Paula Dias, ao afirmar que a automedicação nesses casos pode até mesmo piorar o quadro. “Quem trabalha com computador deve dar pausas durante o trabalho e fazer alongamentos, exercícios de respiração ou caminhar pela casa para desviar um pouco o foco e evitar não só dor de cabeça como problemas oculares”, aponta.
Desânimo
Também na pandemia é natural sentir tristeza pelo cenário, que é preocupante, mas a recomendação é procurar um médico se isso for recorrente e atrapalhar no desempenho da rotina diária. “Se não conseguir mais relaxar e sentir desânimo o tempo todo, podendo até desenvolver distúrbios de sono, dores de cabeça, aperto na garganta e sensação de coração acelerado, a melhor opção é procurar ajuda de especialistas”, alerta.
Ainda de acordo com a neurologista, as crianças não devem dormir mais de 10 horas por dia, pois isso influencia nos horários de alimentação e até do desempenho escolar. “Ficar muito tempo na internet deixa a criança mais acelerada, o que também impacta na qualidade do sono”, adverte.