O nível de emprego caiu 4% desde a primeira semana de isolamento por conta do novo coronavírus, o Covid-19. É o que revela pesquisa feita pela Universidade Metodista que ainda está tabulando os dados deste estudo que é baseado em questionários respondidos pela internet. O economista e coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista, professor Sandro Maskio, revela que os impactos na economia da região ainda serão sentidos e que os setores que vão sofrer menos são os que se adaptaram às vendas on-line, cuja técnica é dominada pelas grandes empresas, mas que os pequenos empreendedores estão se acostumando a usar.
“Temos que trocar o pneu com o carro andando. As empresas menores não estavam preparadas para isso. A crise seria maior se a pandemia ocorresse há 20 anos, sem uma internet como a de hoje, com essa ponte que se pode utilizar da melhor forma. Os restaurantes talvez nem tenham o canal para se comunicar com os clientes, mas eventualmente valha a pena fazer a divulgação ao redor do estabelecimento para atrair aquele, que se não era o público fiel pode vir a ser”, sugere o economista.
O professor diz que a melhor estratégia é mesmo a venda pela internet ou delivery. “A busca pelo isolamento é para achatar a curva de contaminação de forma que o sistema tenha leitos e respiradores para atender as pessoas de forma minimamente adequada. Isso envolve um grande problema econômico porque esse distanciamento social resulta em um volume menor de circulação de pessoas, interação menor, e o processo produtivo é realizado a partir da interação, seja numa linha de produção, onde as pessoas trabalham ao lado uma da outra, ou no fluxo de comércio. Quanto essa movimentação é restringida, o impacto econômico é inevitável, o grande dilema é saber como fazer para pagar o preço, qual o cheque que vou usar; se é saúde pública ou se a economia. Não é uma escolha que desejaríamos adotar mas, por enquanto, estamos pagando a conta com a economia para preservar a saúde pública”, comenta.
A pesquisa da Metodista sobre o impacto econômico do Covid-19, ainda está fechando a primeira semana de aplicação que foi também a primeira de quarentena. São estudados os hábitos de consumo das famílias, renda e emprego. “Estamos olhando a questão familiar, emprego e hábitos de consumo. Notamos já o crescimento do número de pessoas desempregadas, queda da renda das famílias e alta no consumo. Após o Covid o aumento no desemprego foi de 4% se comparado com a última quinzena do mês passado”, adianta.
Com os números ainda não contabilizados, a pesquisa já demonstra, no entanto que há alta de faturamento de supermercados e farmácias, pela questão de fazer estoque e precaução. Os segmentos que conseguirem se adaptar as vendas on-line e internet vão se sobressair. “Possivelmente o volume de vendas pela internet, passada essa crise, se torne maior, eu mesmo que não sou muito adepto das compras on-line, prefiro ir às lojas, estou tendo que me adaptar”, comentou.
Outras formas de manter algum nível de atividade é socorrer as empresas, analisa Sandro Maskio. “O Poder Público pode postergar impostos, para dar um folego, e dar financeiro às empresas. Talvez uma redução da alíquota de ICMS por um período temporal, esse pode ser um caminho possível de curto prazo. As associações comerciais podem também divulgar listas de empresas, dividias por ramos, que fazem delivery, ajudando os pequenos comércios”, sugeriu. “Comércio on-line é muito usado pelas grandes corporações mas o comércio pequeno, de rua não tem uma estrutura operacional para administrar o site e, eficientemente, a logística. A grande sacada do comércio on-line é a administração da logística para distribuir corretamente o produto em tempo pequeno”, conclui.