Como se não bastasse a ameaça do coronavírus (Covid-19), quem mora em Mauá sofre também para manter a higiene em dia. Há pelo menos 15 dias os moradores da região alta da cidade enfrentam o desabastecimento de água, o que implica na lavagem das mãos e na execução de atividades básicas, como cozinhar e lavar roupas e louças.
O imbróglio das negociações para que a Prefeitura altere o fornecimento de água da Sama (Saneamento Básico de Mauá) para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) preocupa a população, que continua a pagar a conta ainda que com as torneiras vazias.
Neide Maria da Silva, moradora do Zaíra 4, reclama da falta de água na residência, que fica na rua Manoel Nascimento, altura do nº 29. Segundo a munícipe, a caixa estava vazia há 15 dias e essa escassez nunca permaneceu por tanto tempo. “Encheram a caixa em uma noite, mas de manhã já não tinha uma gota, não sabemos quando vão ligar novamente”, relata preocupada.
A moradora, que vive junto com os filhos, assume estar preocupada com a situação, pois mal consegue lavar roupas e tomar banho. “Tenho crianças pequenas para cuidar, cheia de roupas para lavar e todos os dias volto do trabalho na esperança de que as caixas estarão cheias, mas isso nunca acontece. Como manter a higiene em situação de coronavírus?”, indaga.
Esse é, também, o dilema da auxiliar de cozinha Karin da Silva Gomes, que está sem água desde quarta-feira (18), na rua América do Sul, altura do nº 810, no Parque das Américas. “Normalmente abastecem de madrugada e nos deixam sem água o dia inteiro, mas agora nem isso estão fazendo”, reclama. A munícipe conta, ainda, que está com dificuldades para encontrar álcool em gel e, assim, a saída seria utilizar água e sabão. “Como vamos nos manter longe do coronavírus desse jeito?”, questiona.
Em nota, a Sama informa que está em constantes estudos técnicos e avaliações, a fim de resolver a questão do abastecimento na região. “Por tratar-se de uma região alta, de relevos extremos, o abastecimento é comprometido, porém a Sama está comprometida em encontrar maneiras de amenizar o problema”, diz.
Já a Prefeitura de Mauá informa que está ciente da situação e que estão em tratativas diárias, com a Sama e a Sabesp, que assume em breve o abastecimento na cidade – ainda sem previsão. O acordo, segundo a administração municipal, está na reta final, com os trâmites burocráticos pré-contratuais. “No entanto, estamos elaborando um planejamento para a realização do abastecimento de emergência”, diz em nota.
Para remediar a situação, os munícipes pedem caminhões-pipa para garantir o abastecimento. “Pelo menos enquanto tiver esse problema do coronavírus”, pede Karen. A respeito da medida, a Prefeitura de Mauá e a Sama não se posicionaram.
Boato em Diadema
Nesta semana circulou nas redes sociais boato sobre o corte de água em Diadema e região a partir deste sábado (21). Em comunicado oficial, a Sabesp desmente o boato e informa que o abastecimento de todos os 373 municípios atendidos pela companhia continuará a operar normalmente. Eventuais casos específicos de falta de água devem ser comunicados pelo telefone 195, que funciona 24h, todos os dias.