Depois dos shopping centers reduzirem o horário de funcionamento e em seguida anunciarem o fechamento completo, com a sugestão dos prefeitos para o fechamento das lojas e o anúncio da paralisação do transporte público municipal no próximo dia 29, o ABC se prepara para o comércio suspender as atividades por pelo menos 15 dias.
As opiniões estão divididas quanto ao fechamento das portas das lojas. Alguns comerciantes decidiram fechar por conta própria, outros não veem como pagar as contas do mês.
A Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo) reuniu a diretoria nesta quinta-feira (19) e encaminhou ao prefeito Orlando Morando (PSDB) ofício em que se manifesta contra o fechamento do comércio. O posicionamento foi tomado após o prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB), determinar o fechamento das lojas.
“Somos contra. Se fechar tudo, como os lojistas vão sobreviver? Entendemos que querem reduzir a circulação de pessoas, mas a Prefeitura deve deixar os comerciantes livres para decidir, não somos favoráveis que o fechamento seja uma regra”, diz o vice-presidente da entidade, Valter Moura Júnior.
A entidade também já encaminhou pedido de adiamento, por pelo menos 15 dias, do vencimento dos tributos. “O fechamento compulsório é uma decisão perigosa que pode resultar até em saques de lojas. O governo tem de entender que há muitos pequenos estabelecimentos de bairro que vendem de tudo, os grandes não terão como suprir todas as necessidades da população, será uma catástrofe. Esses pequenos não terão como sobreviver, as demissões serão inevitáveis”, avalia.
Em Santo André, várias lojas já fecharam por conta própria. No Boulevard Itambé, centro comercial popular no centro, um quarto das 87 lojas já não funcionavam na tarde desta quinta-feira (19). O presidente da associação de comerciantes, Joselino Francisco Bueno, diz que o número de lojas fechadas deve aumentar nos próximos dias. “O movimento já está fraco, tem pouca gente na rua. Se os ônibus pararem também, não vai ter sentido ficar aberto, correndo risco e sem conseguir vender nada”, comenta. “Já tivemos uma reunião com os associados e está liberado para quem quiser vir. Também vou me reunir com a segurança para negociar a taxa”, completa.
Segundo o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior, o fechamento do comércio é inevitável. “A tendência é que tudo fique fechado, principalmente, depois da decisão de São Paulo. A segurança vem em primeiro lugar, mas nossa preocupação é com o tempo que os estabelecimentos ficarão fechados e o prejuízo que isso trará. Por isso, pedimos a flexibilização dos vencimentos”, disse.
Em live pelo Facebook na noite desta quinta-feira (19), o prefeito Paulo Serra (PSDB) não determinou o fechamento do comércio, mas disse que “a tendência é de uma decisão coletiva neste sentido”. O tucano acatou o pedido da Acisa e suspendeu a cobrança do IPTU e do ISS (Imposto Sobre Serviços) nos meses de abril, maio e junho, que poderão ser pagos até o final do ano sem juros e multas.
O presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Harry Horst Walendy, também considera que a suspensão do transporte pode agravar a crise no comércio, embora ainda não tenha mensurado o impacto das medidas de restrição de circulação no comércio. “Ainda não é possível fazer a estimativa, mas a queda no movimento vai se acentuar com o passar do tempo.
A interrupção do transporte coletivo, a partir do dia 29, vai agravar o quadro. O que é possível avaliar é que o maior impacto será sobre os pequenos comércios que dependem das vendas diárias para se manter abertos, para os quais uma parada de 15 dias representará perdas superiores a 50% do faturamento mensal”, aponta.
A empresária Vera Lucia Rocha, proprietária de restaurante em Diadema e ex-presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) da cidade, está extremamente preocupada com a manutenção da empresa. “Como vamos pagar as contas se não trabalhar? Isso afeta toda a cadeia produtiva. Não acredito que vai adiantar postergar o pagamento, pois como vamos fazer para pagar daqui a cinco meses? A situação é desesperadora”, comenta.
Depois dos shopping centers reduzirem o horário de funcionamento e em seguida anunciarem o fechamento completo, com a sugestão dos prefeitos para o fechamento das lojas e o anúncio da paralisação do transporte público municipal no próximo dia 29, o ABC se prepara para o comércio suspender as atividades por pelo menos 15 dias. As opiniões estão divididas quanto ao fechamento das portas das lojas. Alguns comerciantes decidiram fechar por conta própria, outros não veem como pagar as contas do mês.
A Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo) reuniu a diretoria nesta quinta-feira (19) e encaminhou ao prefeito Orlando Morando (PSDB) ofício em que se manifesta contra o fechamento do comércio. O posicionamento foi tomado após o prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB), determinar o fechamento das lojas. “Somos contra. Se fechar tudo, como os lojistas vão sobreviver? Entendemos que querem reduzir a circulação de pessoas, mas a Prefeitura deve deixar os comerciantes livres para decidir, não somos favoráveis que o fechamento seja uma regra”, diz o vice-presidente da entidade, Valter Moura Júnior.
A entidade também já encaminhou pedido de adiamento, por pelo menos 15 dias, do vencimento dos tributos. “O fechamento compulsório é uma decisão perigosa que pode resultar até em saques de lojas. O governo tem de entender que há muitos pequenos estabelecimentos de bairro que vendem de tudo, os grandes não terão como suprir todas as necessidades da população, será uma catástrofe. Esses pequenos não terão como sobreviver, as demissões serão inevitáveis”, avalia.
Em Santo André, várias lojas já fecharam por conta própria. No Boulevard Itambé, centro comercial popular no centro, um quarto das 87 lojas já não funcionavam na tarde desta quinta-feira (19). O presidente da associação de comerciantes, Joselino Francisco Bueno, diz que o número de lojas fechadas deve aumentar nos próximos dias. “O movimento já está fraco, tem pouca gente na rua. Se os ônibus pararem também, não vai ter sentido ficar aberto, correndo risco e sem conseguir vender nada”, comenta. “Já tivemos uma reunião com os associados e está liberado para quem quiser vir. Também vou me reunir com a segurança para negociar a taxa”, completa.
Segundo o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior, o fechamento do comércio é inevitável. “A tendência é que tudo fique fechado, principalmente, depois da decisão de São Paulo. A segurança vem em primeiro lugar, mas nossa preocupação é com o tempo que os estabelecimentos ficarão fechados e o prejuízo que isso trará. Por isso, pedimos a flexibilização dos vencimentos”, disse.
Em live pelo Facebook na noite desta quinta-feira (19), o prefeito Paulo Serra (PSDB) não determinou o fechamento do comércio, mas disse que “a tendência é de uma decisão coletiva neste sentido”. O tucano acatou o pedido da Acisa e suspendeu a cobrança do IPTU e do ISS (Imposto Sobre Serviços) nos meses de abril, maio e junho, que poderão ser pagos até o final do ano sem juros e multas.
O presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Harry Horst Walendy, também considera que a suspensão do transporte pode agravar a crise no comércio, embora ainda não tenha mensurado o impacto das medidas de restrição de circulação no comércio. “Ainda não é possível fazer a estimativa, mas a queda no movimento vai se acentuar com o passar do tempo.
A interrupção do transporte coletivo, a partir do dia 29, vai agravar o quadro. O que é possível avaliar é que o maior impacto será sobre os pequenos comércios que dependem das vendas diárias para se manter abertos, para os quais uma parada de 15 dias representará perdas superiores a 50% do faturamento mensal”, aponta.
A empresária Vera Lucia Rocha, proprietária de restaurante em Diadema e ex-presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial) da cidade, está extremamente preocupada com a manutenção da empresa. “Como vamos pagar as contas se não trabalhar? Isso afeta toda a cadeia produtiva. Não acredito que vai adiantar postergar o pagamento, pois como vamos fazer para pagar daqui a cinco meses? A situação é desesperadora”, comenta.
Supermercado raciona para garantir abastecimento
A corrida aos supermercados teve início nesta semana com o anúncio das medidas mais restritivas de circulação de pessoas. O aumento do consumo foi registrado na segunda semana do mês, quando o volume de vendas nos supermercados subiu 8,5%, mas somente entre terça (17) e quarta-feira (18) a alta foi de 34,4% e chegou a 45,6% nesta quinta-feira (19), comparada com a mesma data do mês anterior, segundo levantamento da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Diante da maior procura por mantimentos e itens de higiene, o Extra Supermercados adotou o racionamento de alguns produtos para garantir o abastecimento.
De acordo com cartazes fixados nas unidades do Extra, a compra de álcool em gel está restrita a quatro unidades por cliente, arroz, sabonete líquido, feijão, leite em pó, desinfetante, água sanitária, luvas, sacos para lixo, álcool líquido e farinha estão limitados a três unidades por compra. Já água mineral de 5 ou 7,5 litros, limpadores, lenço de papel, lenço umedecido, fraldas, papel higiênico e papel toalha estão limitados a quatro unidades por ticket. A venda de açúcar está limitada a cinco pacotes.
Ainda de acordo com o comunicado do Extra, óleo de soja, massas, derivados de tomate, enlatados, farinhas e congelados estão limitados a seis unidades por pessoa. Cada compra também só pode ter 10 unidades de sabonete. Garrafa de água mineral com 1,5 litro está liberada em até 12 unidades e o leite longa vida está limitado a 24 unidades.
Em nota, o Extra explica que a medida visa garantir o abastecimento. “O Extra atua junto à toda cadeia de valor para manter a agilidade do abastecimento.
Para permitir que mais pessoas tenham acesso aos produtos, iniciou no dia 17 ação para estimular o consumo consciente, ao incentivar que cada um adquira somente o necessário. Dessa forma, alguns itens só poderão ser adquiridos de forma limitada a cada compra, como produtos de higiene pessoal e limpeza, além de produtos de necessidade básica, como arroz, água, leite e massas. A iniciativa está válida para todas as lojas da rede e em todo o Brasil por tempo indeterminado”.
Representante comercial ouvido pelo RD, cujo nome não será divulgado, afirma que diversos fornecedores que atendem aos supermercados e restaurantes suspenderam as vendas até a regularização dos estoques, o que justificaria o racionamento pelos supermercados. “As distribuidoras que atendem o varejo tiveram um superaquecimento de vendas e as lojas anteciparam suas compras, com isso as empresas fizeram um bloqueio de vendas até a regularização”, conta.
O representante afirma, ainda, que por conta da falta de alguns produtos os preços já começam a subir. “Existe uma demanda de consumidores querendo comprar e não temos como atender. O leite em pó, por exemplo, subiu 40%, porque parte do produto vem de fora, através dos portos, que estão com dificuldades. Os grãos em geral, como feijão, arroz e farinha, tiveram aumentos entre 20% e 25%”, comenta.