
Na última semana o RD recebeu várias reclamações de moradores relatando árvores doentes ou mortas com risco de queda. No Verão com as chuvas mais constantes e ventos fortes o risco aumenta muito e de acordo com a bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Marta Marcondes, é possível perceber sinais de que a saúde do exemplar arbóreo não vai bem e tomar medidas para salvá-la se possível, ou fazer o replantio com especies mais adequadas às áreas urbanas.
No dia 25/12 o RD publicou a reclamação do morador do Parque das Nações, Clayr Gomes, que relatou o problema de uma árvore que aparentemente estaria morta na rua Suíça. Após a publicação a prefeitura informou que faria vistoria, que constatou a morte do vegetal e programou sua remoção, além de plantar outra no lugar. Na sexta-feira (27/12) Daniel Lima, morador da rua Mediterrâneo, no Jardim do Mar, em São Bernardo reclamou da inclinação da árvore em frente à sua residência cujos galhos já se encontravam encostados nas paredes do imóvel. “Na primeira ventania que der vai cair”, reclamou à nossa reportagem. Neste sábado (28/12) a prefeitura solucionou o problema cortando a árvore que apresentava risco.
Também foi autorizada remoção de uma árvore aparentemente sem vida cujo tronco está infestado de cupins na rua Campos Sales, no Centro de Santo André. Laércio Cunha, que é diretor de uma empresa que fica em frente, disse que reclamou na prefeitura em outubro e não havia recebido qualquer retorno. Em resposta ao RD a prefeitura informou que “foi feita vistoria técnica e foi autorizada a remoção da árvore, que será realizada mediante programação do Departamento de Manutenção de Áreas Verdes (DMAV)”.
Nestes três casos os moradores ficaram atentos e buscaram tomar providências antes de acidentes graves, quedas sobre fiação, veículos e pessoas. Essa é a postura correta, segundo a especialista da USCS, porém Marta Marcondes informa o que é preciso verificar para saber se a árvore está realmente doente ou morta. “Primeiro tem que ver se o cimento da calçada está indo até o tronco, neste caso ela corre sério risco de queda porque cimentar a base é condenar a árvore. Se há ondulações ou rachaduras na calçada é indicativo que aquela não é uma árvore adequada para área urbana. Outro ponto a ser observado é se há aberturas ou orifícios no tronco ou se ele está oco, isso não é um bom indício”, enumera.
Com um pouco de distância deve-se observar também a copa da árvore. “Nesta época do ano, quando chove mais, ela deve estar frondosa, bem verde. Se estiver com muitas folhas amareladas pode ser sinal de falta de nitrogênio no solo, o que é ruim para árvore”, explica. Parasitas como fungos e cupins são outros fatores que devem ser observados. Esse é o caso da árvore da rua Campos Sales em Santo André; além não ter mais folhagem, todo o tronco apresenta cupins e a base também está sufocada no concreto.

O ideal, segundo a bióloga, é chamar um técnico da prefeitura para fazer a avaliação. “Cortar nem sempre é a solução porque depois as pessoas vão reclamar do calor intenso pois são as árvores que garantem sombra e umidade. Se a árvore está doente pode-se chamar um profissional para fazer a poda de forma adequada e há produtos para o combate aos fungos e cupins”, comenta.
Mas se a remoção da árvore for a única solução, a prefeitura deve substituir a que está sendo tirada por outra, mas tem que ser uma adequada às áreas urbanas. Para quem também quer plantar uma árvore em seu quintal o ideal é que se escolha preferencialmente uma espécie da Mata Atlântica, onde o ABC está. “Existem planos municipais que indicam quais as melhores árvores para as áreas urbanas, na internet existem vários manuais como o da prefeitura de São Paulo (https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/meio_ambiente/MARBOURB.pdf) que é uma boa referência”, finaliza a professora.