“Está próxima”. É assim que o prefeito de Ribeirão Pires, Kiko Teixeira (PSB), definiu a chance de se filiar ao PSDB. Sem cravar data, o chefe do Executivo revelou no canal RDtv que, dificilmente, terá como rejeitar o convite do tucanato feito por duas vezes pelo governador João Doria (PSDB). Cortejado por Doria e bem quisto pelo ex-governador Márcio França (PSB), Kiko busca acertar sua saída do PSB sem criar rusgas ou fechar portas, principalmente ao levar em conta a possibilidade de ter as duas legendas em seu arco de alianças nas eleições de 2020.
“Eu vou falar com muita franqueza, são pessoas que eu admiro, são dois atores que têm um papel importante para o Estado. Doria tem feito um trabalho muito bom e o Márcio França nos ajudou e estamos muito preocupados com a questão de Ribeirão Pires. Nós temos o prazo de filiação um pouco mais estendido, seis meses, mas se tudo que estamos imaginando, se tudo acontecer como nós imaginamos, eu vou ter muita dificuldade não vir para o PSDB, pois o PSDB é o partido que está nos estendendo a mão nesse momento e precisamos muito da ajuda do governador”, diz o prefeito.
A mudança de legenda também tem o aval do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), e da deputada estadual Carla Morando (PSDB). Amigos e principais aliados políticos de Kiko na região, ambos estão empenhados, pessoalmente, para que a mudança ocorra o mais rápido possível. Inclusive Carla foi a responsável por empossar a primeira-dama de Ribeirão Pires e presidente do Fundo de Solidariedade da cidade, Flávia Dotto, como presidente do diretório tucano no município, o que foi considerado como “penúltimo passo” para que Kiko Teixeira emplaque novo caminho partidário.
Apesar de todas as movimentações, o prefeito ainda é considerado como nome forte dentro do PSB. Márcio França, em visita a Santo André em setembro, relatou que não teve qualquer conversa pessoal com Kiko sobre sua vontade de mudar de legenda e que considera o ainda socialista como um dos nomes chaves para que o partido mantenha sua presença no comando de alguma Prefeitura no ABC.
Pela lei eleitoral, Kiko Teixeira não precisa aguardar o início da janela eleitoral, em 4 de março, para trocar de partido, regra válida apenas para os vereadores, porém, a definição deve ocorrer até 4 de abril, seis meses antes da eleição.
Teixeira já foi filiado ao PSDB, inclusive quando foi prefeito de Rio Grande da Serra (2005-2012). Despois deixou a legenda e migrou para o PSC aonde foi candidato a deputado federal, mas sem sucesso em 2014. Se filiou ao PSB no mesmo momento que trocava seu domicílio eleitoral para Ribeirão Pires e se tornou prefeito ao vencer as eleições de 2016.