Hábito recorrente à rotina de moradores de grandes cidades é comprar os alimentos de casa, como verduras e frutas, em mercados, sacolões ou feiras livres. Mas em São Bernardo se observa também outro hábito crescente: a escolha por frutos e verduras orgânicos, comprados direto das mãos dos agricultores em hortas localizadas no município. Entre os fatores que estimulam essa demanda está a busca por alimentos e práticas mais saudáveis.
O casal Josefa Conceição de Oliveira, 66 anos, e Geraldo Francisco da Silva, 54 anos, dedica-se em tempo integral à atividade de agricultura comunitária. “Não é para qualquer um. É necessário muita atenção diária, mas os resultados sempre superam as nossas expectativas”, diz Josefa. Com a renda a partir do plantio, eles pagam as contas fixas do mês.
Mas eles não estão sozinhos, pois atualmente as hortas comunitárias envolvem mais de 500 pessoas diretamente no cultivo dos hortifrutis orgânicos, que incluem plantas condimentosas, temperos e fitoterápicas. Nesse grupo estão cerca de 70 famílias e profissionais voluntários, além de apoio da iniciativa privada e da Prefeitura.
“Somos conhecidos por nossa pujança industrial, mas os pontos fortes da nossa cidade vão além, por isso, especialmente nesta gestão, temos nos esforçado para atrair novos negócios, mas para fomentar o empreendedorismo em ações que gerem mais postos de trabalho, renda, de forma mais consciente e sustentável por toda a cadeia produtiva. Isso se estende às hortas urbanas”, destaca o prefeito Orlando Morando.
Evolução
O projeto de hortas orgânicas em São Bernardo surgiu do interesse do psicólogo Nelson Pedroso em dedicar horas vagas para ações que estimulassem as pessoas ao uso mais consciente dos recursos naturais e à manutenção de hábitos mais saudáveis. Com isso, o primeiro canteiro de hortaliças foi implantando na rua Juquiá, no Rudge Ramos, nos idos 1984, numa faixa de terra cedida por companhia de energia. Com o passar dos anos, o crescimento da demanda levou o projeto a conquistar mais faixas de terra sob concessão em bairros como Baeta Neves e Parque dos Pássaros e chegar a 12 hortas atuais, num total de 65 canteiros.
Produção e renda
Após mais de três décadas, o crescimento da demanda e da área cultivável impulsionou os agricultores a elevarem a qualidade do solo, dos adubos orgânicos e de defensivos igualmente naturais, uma combinação que elevou a produção para mais de 1 tonelada por mês em alimentos. Por isso, beneficiou ainda mais a renda dos participantes do projeto, que obtém cerca de R$ 2 mil por mês. Nessas hortas, o preço médio do maço de verduras é de R$ 3, o quilo de batata-doce branca sai por R$ 4; o maço de cheiro-verde custa R$ 2; e a unidade de alho-poró é R$ 1.
Para os interessados em conhecer o projeto ou obter esses itens orgânicos, as hortas atendem ao público diariamente, das 8h ao meio-dia, e estão nos seguintes endereços:
– Rua Francisco Vicentainer, 910, Assunção
– Rua dos Vianas, 1.366 e 2.101, Baeta Neves
– Avenida Caminho do Mar, 1.682, Rudge Ramos
– Rua do Sapucaí, 1.000, Vila Vivaldi
– Rua das Flores, 1.000, Batistini
– Alameda Pedro de Alcântara, altura do nº 681, Nova Petrópolis
– Rua Sabino Demarchi, s/nº, Demarchi