ABC - domingo , 19 de maio de 2024

Elenco estudou movimento animal, cujo perfil é reproduzido pelos figurinos

Um dos grandes desafios de Madagascar, Uma Aventura Musical é a caracterização do elenco. Os mais de 60 figurinos criados por Fause Haten se inspiram no perfil dos personagens apresentados pela animação. “Eu busquei que os atores se transfigurassem nos animais – para isso, criei um corpo específico para cada um”, conta Haten que, além de tecido, utilizou espuma para dar o enchimento necessário para que cada um tivesse o perfil adequado de seu personagem.

E o processo foi realmente de descoberta: no ensaio acompanhado pelo’Estado’, na terça-feira, 8, o ator André Loddi, que vive o leão Alex, pediu um ajuste do figurino na sua perna esquerda, pois ele estava com dificuldade em reproduzir alguns gestos do felino.

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“O efeito visual de todas as caracterizações é fantástico, apenas estamos descobrindo detalhes que, depois de acertados, facilitam nossa atuação”, conta ele que, neste mesmo processo, viveu outra adaptação: interpretar com uma cauda.

“Quando começamos os ensaios, ainda não havia figurino, portanto, eu reproduzia os movimentos básicos. Agora, já caracterizado, fui aprendendo a mexer a fim de que a cauda não mexesse demais ou mesmo que atrapalhasse meus próprios movimentos.”

Situação semelhante é vivenciada por Lucas Cândido, que interpreta o frenético Rei Julien, monarca que comanda a selva em Madagascar – é ele quem canta, por exemplo, um dos hits do musical, Eu Me Remexo Muito, que, durante as apresentações, será acompanhado pela plateia, que vai ganhar bastões coloridos para marcar o ritmo. “A adaptação aconteceu aos poucos, especialmente para executar a coreografia, que é ágil, com a cauda”, disse Cândido.

“Todos nós ganhamos um segundo corpo, que veio com exigências específicas”, explica Ludmillah Anjos, que vive Glória, a hipopótamo fêmea. “No início do processo, era difícil manter a concentração para cantar, pois havia outros problemas para resolver. Para isso, contamos com o auxílio da Inês Aranha.”

Ela se refere à preparadora de elenco, que detalhou um projeto de movimento para cada ator. “Fomos incentivados a pesquisar detalhes sobre seu bicho, especialmente a forma de andar”, lembra Mauricio Xavier, que trouxe um tom brasileiro à sua zebra Marty. “Na minha coreografia, puxo mais para o funk, que é um ritmo muito popular no Brasil.”

Já Ivan Parente, intérprete da girafa Melman, se solucionou com uma certa facilidade a necessidade de mudança de seu figurino (a estrutura que usa na cabeça limitava a movimentação de sua boca), a aventura foi desvendar a alma de seu personagem. “Quando a Inês nos incentivou a pesquisar sobre nossos personagens, logo vi que a girafa é um bicho blasé, sempre mascando devagar, passos vagarosos, sempre olhando literalmente de cima o que acontece ao redor”, diverte-se. “Assim, Melman tem um ritmo próprio, devagarzinho, além de ser hipocondríaco, como acontece no desenho.”

A liberdade na atuação também se espalhou para outros pontos criativos do espetáculo – como a criação do cenário, assinado pela produtora Renata Borges, que pela primeira vez exerce o trabalho de cenógrafa. “Não tenho experiência, mas sempre gostei de palpitar”, diverte-se ela, que uniu alta tecnologia com cenários físicos, como a instalação de um grande painel de LED, de 50m², no qual são exibidos mais de 30 microfilmes ajudarão a ambientar as cenas, desde o zoo até a floresta de Madagáscar.

A cenografia foi produzida quase na totalidade na China. “Teremos ainda alguns puppets, que dão uma dinâmica visual ao espetáculo. Busquei o que seria viável para que os atores não ficassem cansados ao manipular”, explica Renata, que recriou ainda uma das entradas do zoo do Central Park.

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