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Nesta quinta-feira (3), durante mais de duas horas equipes das secretarias de Meio Ambiente e de Obras, de Diadema explicaram o projeto de reforma da Praça Castelo Branco a integrantes dos grupos da terceira idade, vereadores e a integrantes dos conselhos de Patrimônio Histórico e de Meio Ambiente. A reforma já resultou no corte de diversas árvores. A reunião aconteceu na Câmara e a imprensa foi impedida de acompanhar a reunião.
Para o vice-presidente do Comdema (Conselho Municipal do Meio Ambiente), Francisco de Assis Cardoso, a reunião não trouxe novidades. “Eu não percebi sinalização da Câmara no sentido de sugerir alterações ao projeto da Prefeitura”, destacou. “Ficou claro que o principal motivo da reforma é a abertura de uma rua para fazer estacionamento”, apontou Cardoso.
“Os comerciantes aprovaram o projeto, pelo fato de não ter estacionamento e os comerciantes estão perdendo para o shopping. Só foram cortadas árvores que estão caindo e a Prefeitura vai plantar 32 a mais, então não está desmatando, está plantando”, destacou o presidente da Câmara, Revelino Teixeira, o Pretinho do Água Santa (DEM).
Integrante de grupo da terceira idade, Miriam de Vasconcelos Santos, disse que não se sentiu satisfeita. “Apresentou o projeto de novo, houve uma pequena discussão, até falaram em verbas que não podem ser desperdiçadas e me parece que vai ficar do jeito que está. Não concordamos com o bolsão de estacionamento e com o corte das árvores”, disse.
O secretário de Obras, José Marcelo Marques, disse que as árvores cortadas tinham laudos dos engenheiros da Prefeitura. “Esse projeto foi discutido, foi encaminhado pelo Comdema, foi aprovado, passou por laudo dos técnicos. Não vejo que tenho alguma dúvida, tem alguma posição pessoal de cada um. Tem a reivindicação dos comerciantes, que têm problema com a energia, que caia porque as árvores com o vento batem e desarmam a energia”, afirmou. O secretário disse, ainda, que até o Natal, pelo menos as calçadas em frente às lojas estarão prontas para não prejudicar o movimento de compras.
Os conselhos de Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico enviaram na mesma data informe à promotora de Meio Ambiente, Cecília Maria Denser de Sá Astoni, para comunicar que as obras invadiram o perímetro da praça que é grafada como “Bem Cultural”, objeto de inventário. O documento informa o MP que qualquer intervenção “nunca deveria haver supressão de árvores em razão do projeto, para não descaracterizar os aspectos originais da praça”.
Imprensa
A imprensa não pode participar da reunião sobre a Praça Castelo Branco. Vereadores, ouvidos pelo RD, disseram que a determinação foi do presidente Pretinho do Água Santa, que colocou o pedido de participação para votação e a maioria dos parlamentares não fez questão da presença dos jornalistas. Em maio de 2017, a imprensa também foi impedida de acompanhar a reunião de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara de Diadema.