Estava tudo certo para a realização de uma reunião entre a secretaria de Meio Ambiente da prefeitura de Diadema e integrantes de grupos da terceira idade, na tarde desta terça-feira (24/09) na Câmara. A secretária Tatiana Capel, foi uma das primeiras a chegar, mas quando percebeu que a imprensa e o Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) participariam da reunião a chefe da pasta foi embora e não haviam outros técnicos para detalhar o projeto aos 15 representantes presentes. Dos 21 parlamentares, apenas os vereadores Ronaldo Lacerda (PT) e Marcio Júnior (PV) compareceram.
“Foi mais uma falta de respeito da prefeitura com os idosos da cidade, não basta as calçadas quebradas, os motoristas de ônibus que nos tratam mal e as filas nos bancos, agora tem mais esta. Viemos aqui para saber o que realmente vai acontecer com a praça e as árvores, a secretária deveria ter ficado”, comentou Míriam Vasconcelos.
O vereador Ronaldo Lacerda tentou evitar que Tatiana deixasse a Câmara e explicasse o projeto aos idosos. “Ela me disse que não se sentia confortável em falar na presença da imprensa e do Comdema”, reproduziu o petista. À reportagem, antes de deixar o plenarinho, onde aconteceria a reunião, a secretária disse que, se soubesse da presença da imprensa, teria vindo acompanhada de técnicos. “Eu só lamento a desorganização do governo. Pelo grau de importância deste assunto é frustrante não ter ninguém para detalhar o projeto. Tentei puxar ela para falar, mas me disse que não estava confortável para isso”.
Na última quinta-feira (19/09) durante a sessão legislativa, representantes dos grupos de idosos usaram a tribuna da Câmara para pedir explicações sobre a reforma da praça Castelo Branco e a retirada de 14 árvores e remoção de outras 23. A praça é tombada pelo patrimônio histórico, cujo conselho, e também o Comdema são contra a derrubada de árvores. Após a explanação na Tribuna, o líder do governo Companheiro Sergio informou sobre a reunião agendada para esta terça.
Anunciada no ano passado a reforma da Praça Castelo Branco causou polêmica quando o secretário de Obras José Marcelo, informou que seria necessária a retirada de árvores e que também iria ser construído um estacionamento na praça. A divulgação, pela imprensa, da reforma e da supressão de exemplares arbóreos, chamou atenção do Ministério Público que instaurou um inquérito civil para apurar a situação. O Comdema e o Conselho do Patrimônio consideram que o projeto aprovado no ano passado não incluiria a derrubada de árvores. Por determinação do MP foi realizada uma nova reunião na semana anterior para votação do projeto. A sociedade civil votou contra, mas o governo, que tem maioria no conselho acabou aprovando o projeto por 10 votos a 7. Na ocasião Tatiane e os técnicos da secretaria informaram que 4 árvores a serem retiradas estavam mortas, 5 estavam com problemas fitossanitários e cinco, que sofreram podas drásticas, por estarem na linha da fiação que passa pela praça, seriam retiradas para adequação do projeto.