Governo prevê destinar R$ 2,5 bilhões para campanhas em 2020

O Ministério da Economia prevê destinar R$ 2,5 bilhões para o fundo eleitoral, que será usado para custear gastos de candidatos a prefeito e vereadores no ano que vem. O valor é 47% maior do que o R$ 1,7 bilhão utilizado na disputa do ano passado.

Apesar do aumento previsto, metade deste montante está condicionada à aprovação do crédito suplementar, ou seja, o governo vai precisar de uma autorização especial do Congresso para cumprir.

Newsletter RD

O valor consta no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) apresentado na sexta-feira. É a partir da proposta enviada pelo governo que o Congresso define como serão gastos os recursos públicos no próximo ano.

A previsão de aumento no fundo eleitoral foi proposta no mesmo momento em que a Câmara tenta aprovar uma minirreforma eleitoral, incluindo, entre outros pontos, mais verbas para campanhas.

A minirreforma começou a ser discutida após líderes partidários verem naufragar a tentativa de elevar ainda mais o valor do fundo eleitoral para o ano que vem. A proposta era aumentar para R$ 3,7 bilhões, por meio da Lei de Diretrizes Orçamentário (LDO), um passo anterior ao projeto orçamentário apresentado ontem pelo governo. Esse plano foi abortado após críticas a uma alta de R$ 2 bilhões em relação ao valor do ano passado.

Atualmente, as campanhas são financiadas com recursos públicos de duas formas. A principal é o fundo eleitoral, que tem uso exclusivo nas disputas, e o outro é o Fundo Partidário, que é uma espécie de “mesada” com dinheiro público destinado a bancar despesas do dia a dia dos partidos, como aluguel de imóveis, passagens aéreas, realização de eventos e contratação de pessoal, mas que também pode usar para bancar gasto de candidato.

Críticas

Neste sábado, deputados criticaram o aumento previsto no Orçamento. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) diz que é de responsabilidade do Executivo apresentar a proposta para o Orçamento, mas que o Congresso tem o poder de barrar. “Quem tem que barrar o aumento do Fundão é o parlamento, não o Executivo. Meu voto é contra o Fundão, e do @pslnacamara, idem”, disse.

O líder do partido Novo na Câmara, Marcel Van Hattem (RS), questiona porque o governo não apenas corrigiu o fundo pela inflação. “Em lugar disso, já mandou os R$ 2,5 bilhões que se especula serão aprovados no Congresso. Óbvio que vamos contra isso ainda no plenário, mas os fatos são exatamente esses”, escreveu no Twitter.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes