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Um vídeo postado pelo vereador de São Caetano, César Oliva (PR), na segunda-feira (12/08) causou mal estar na área da segurança pública, tanto no âmbito do estado como da prefeitura. O republicano postou um vídeo nas suas redes sociais criticando o funcionamento do sistema Detecta, que cerca as entradas da cidade com câmeras capazes de identificar as placas dos veículos e informar as autoridades se algum deles é produto de furto ou roubo.
O Detecta é um sistema que cria uma barreira eletrônica cercando a cidade. Trata-se de um programa estadual que funciona em convênio com a prefeitura. Em uma central de monitoramento ficam policiais militares e também guardas civis que monitoram e informam as viaturas sobre a passagem de veículos produto de roubo ou furto por uma destas barreiras. Em São Caetano são 64 câmeras em 26 pontos diferentes.
Segundo Oliva, o sistema não funciona deste a sua implantação e o parlamentar narrou a situação de um veículo que foi produto de crime que passou pelas câmeras e o delay, ou atraso, na comunicação para a polícia foi de quase um dia. Nesta quarta-feira (14/08) o secretário municipal de Segurança, Jorge Salgado e o Guarda Civil Municipal José Rogério Dourado, responsável pelo monitoramento das câmeras do Detecta, explicaram como o sistema funciona e garantiram que o tempo máximo de atraso não chega a quatro minutos.
“Houve uma versão de um vereador que desconhece o que é a segurança e a parceria do estado com a prefeitura, que acabou levando para a cidade uma certa insegurança. São Caetano tem uma segurança de ponta e os índices criminais estão baixando. (Com esse vídeo), ele pode gerar mais insegurança por irresponsabilidade, pois colocou no ar o que não é real”, disse Salgado.
Segundo o GCM Dourado, assim que a vítima informa a ocorrência através do telefone 190, a placa do carro já vai para o sistema da PM. Assim que o veículo passa pelas câmeras do Detecta, a informação de localização é passada para as viaturas militares também para a GCM. “O carro que está com alguma irregularidade ou é produto de roubo e furto é informado imediatamente”, detalha. “Tanto a PM como a GCM trabalham com o mesmo sistema, o trabalho é conjunto”, completa Salgado.
Assim que o veículo roubado ou furtado é identificado por uma das câmeras um sinal sonoro avisa o policial e o GCM que acompanham o sistema. “A única diferença é que a PM enxerga toda a região e a GCM apenas os dados da cidade. Foi dito de delay de um dia, isso não é a realidade. O tempo real é de um a, no máximo, quatro minutos por ser comunicação entre a prefeitura e o estado. Esse sistema reduziu muito roubo e furto graças ao trabalho de inteligência de forma conjunta entre as instituições. Esse é um trabalho de pessoas sérias e não daquelas que querem trazer a discórdia”, alfinetou o secretário.
Salgado disse que a prefeitura tomou providências em relação ao vídeo, mais não disse quais. Ele também revelou que o projeto de monitoramento da cidade, chamado de 360 graus, vai aumentar as câmeras de monitoramento e espera-se que também aumente as câmeras do sistema Detecta. “Todas as investidas que temos para melhorar segurança, o Legislativo é convidado a acompanhar. Poucos vereadores acompanharam, infelizmente. A cidade está muito bem em uma situação de privilégio e a criminalidade já sabe e pensa duas vezes antes de praticar crimes aqui”, finalizou Salgado.
Ainda na quarta-feira (14/08) Oliva gravou outro vídeo em resposta à entrevista dada por Salgado ao RDtv. Neste segundo vídeo, Oliva reafirmou que o sistema não funciona como deveria. “Sou presidente da comissão de segurança da Câmara, frequento as reuniões dos Conselhos de Segurança há anos. Fui chamado de irresponsável, como se estivesse mentindo. A irresponsabilidade está quando se tem a obrigação de zelar pela coisa pública e não zela, o que dá inclusive improbidade administrativa”, atacou.
Ele apresentou uma munícipe de nome Érica que contou ter sido vítima de roubo do seu veículo na Vila São José. E quando indagou sobre as câmeras disseram que elas teriam um dia de atraso. “Me informaram isso no Same. Disseram que não tinham como informar sobre meu carro porque as câmeras não funcionam”, disse a vítima. “ A resposta foi exatamente aquela que eu publiquei”, emendou Oliva. “Ninguém vai denegrir o meu trabalho. Agora vamos ter um olhar especial para a pauta da segurança pública”, declarou.