Mulheres em condição de vulnerabilidade social nas sete cidades da região terão acesso a um curso sobre empreendedorismo ministrado a partir do programa Ela Pode, do Instituto Rede Mulher Empreendedora. Em parceria lançada nesta quinta-feira (1), na sede do Consórcio Intermunicipal, em Santo André, representantes das duas entidades informaram que o objetivo é formar cerca de mil mulheres até o final de 2020.
A ação tem apoio financeiro do Google e quer capacitar 135 mil mulheres em todo o País, a partir de cursos ministrados por multiplicadoras, que também foram formadas pela mesma iniciativa. Serão 16 horas de aulas, que serão divididas em dois dias ou em quatro turnos com quatro horas cada.
Serão abordados temas ligados a empreendedorismo e empregabilidade, como comunicação, liderança, negociação, finanças, networking, ferramentas digitais e palestras específicas para cada grupo que será atendido durante o período. Em julho, as mulheres que são atendidas pelas casas abrigo da região formaram a primeira turma. Por motivos de segurança, o curso foi ministrado em sigilo.
“Caso não haja ações positivas em busca do crescimento da independência financeira da mulher vamos continuar com este cenário. Efetivamente não vamos conseguir diminuir a diferença social, mas através desse programa nós faremos com que as mulheres tenham cada vez mais condição de crescimento pessoal, em busca do crescimento e empreender”, explicou Marcela Quiroga, multiplicadora do Instituto Rede Mulher Empreendedora.
Outros grupos
Após o atendimento às vítimas de violência doméstica, outros dois grupos formaram as próximas turmas. Neste mês de agosto, a formação será para as mulheres trans, oriundo de acordo com o GT (Grupo de Trabalho) Temático LGBT, do Consórcio. Em setembro, será ministrado o curso para deficientes auditivas, iniciativa do GT da Pessoa com Deficiência Física.
“A importância disso é essencial para trazer essa comunicação para cá, trazer essa oportunidade para mulheres surdas que são tão vulneráveis não só pelo fato de ser mulher, mas por causa da surdez. Dar esse poder de trabalho, de montar um negócio é muito importante”, falou Luiz Kassab, líder do GT de Pessoa com Deficiência.
Ainda em agosto, o programa será feito para mulheres de Mauá, em parceria com a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. Ainda é estudada a possibilidade de cadeirantes e deficientes visuais formarem as próximas turmas. “Muitas dessas mulheres viveram boa parte da vida escutando ‘você não pode, você não consegue, você não vai chegar lá’ e o programa ‘Ela Pode’ trabalha esse conteúdo psicológico, comportamental delas, nessa melhora da autoestima e da perseverança delas”, completa a multiplicadora Danielle Maestrelo.