Santo André, São Bernardo e São Caetano começaram nesta quinta-feira (11) a imunizar a população de 15 a 29 anos, contra sarampo, que estava erradicado no País até 2018 e voltou. Na região foram 23 vítimas, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. A campanha vai até 16 de agosto, mas no sábado, dia 20, haverá o dia D, com ação nos postos.
Para o infectologista do Hospital Brasil, em Santo André, Munir Akar Ayub, o retorno da doença se deve a dois fatores: a opinião de pessoas de que esta é doença do passado, e a imigração. O médico alerta para os sintomas inciais, como gripe forte, com muita tosse, coriza, olhos avermelhados e febre alta. Logo após surgem erupções na pele, primeiro no rosto, atrás das orelhas e depois pelo tórax e membros. “O infectado deve ficar em casa pelo menos duas semanas”, afirma. Ayub recomenda observar os sintomas. “Em casos mais graves pode ser necessária internação. Vírus não tem remédio que mate, é só tratar os sintomas, além de manter a boa alimentação e hidratação”, diz.
A médica e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Patrícia Montanheiro, é especialista em imunologia e chama a atenção para a necessidade da vacinação. Afirma que a doença não estava extinta, mas a população vacinada tem suas defesas imunológicas prontas. “Há 10 anos começou um movimento mundial contra a vacinação, que virou modismo. Existe uma reação, mas uma febre leve, que nem se compara com os sintomas da doença”, diz. Em caso de infecção, a médica também recomenda boa alimentação, hidratação e repouso. “Esse é o caso daquela canja da vovó que funciona muito bem”, comenta.
O sarampo pode matar, em casos em que o infectado já está com alguma deficiência imunológica ou está subnutrido. A vacinação é feita em duas doses, primeiro é a tríplice viral, que protege do sarampo, caxumba e rubéola, depois, aos cinco anos de idade é ministrada a tetravalente que, além destas, protege também contra a catapora. Os dois médicos dizem que, em caso de dúvida, se tomou ou não a vacina, a regra é vacinar. Neste caso, o excesso não faz mal e com as duas doses a proteção é para toda vida.
Santo André tem 12 casos
Santo André foi a cidade com maior número de casos, 12 vítimas, mais da metade das ocorrências de toda a região, com 23. Em nota a Prefeitura informa que “em todos os casos – suspeitos ou confirmados – são realizados bloqueios vacinais, que consistem em imunizar todos que tiveram qualquer tipo de contato com infectado ou suspeito de infecção visando o bloqueio”. Todas as unidades da cidade vão ministrar a vacina das 8h às 17h, de segunda a sexta, inclusive no dia ‘D’.
São Bernardo já teve este ano sete casos, segundo o governo do Estado, e três no relato da Prefeitura. A campanha acontece das 8h às 17h nas 34 unidades básicas de saúde (UBSs). Em São Caetano, a Prefeitura informa que foi diagnosticado um único caso. Além das UBSs, a vacinação é no Hospital São Caetano, Cises (centros integrados de saúde e educação), Agência de Desenvolvimento do Bairro Prosperidade; estação São Caetano da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e na Carreta Saúde em Movimento. Diadema registrou um caso e Ribeirão Pires dois. Porém não há previsão de campanha de vacinação nestes municípios.