Abiquim está confiante e vê cenário favorável ao ABC

O Brasil passa por um momento diferente, em que o cenário, embora não pareça muito favorável, ainda nos traz expectativas altamente positivas. Essa é a opinião de Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que participou de seminário nesta sexta-feira (24/5), em Santo André. O encontro foi realizado pelo Cofip ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do ABC), em comemoração ao Dia da Indústria, 25 de maio.

Fernando Figueiredo fez apresentação em que discorreu sobre as perspectivas de desenvolvimento da indústria química no novo governo e disse que ao Abiquim se reúne com o governo do Estado, na próxima quinta-feira (30/5), para tratar de questões relacionadas ao desenvolvimento da indústria química. Apesar da sensação de incerteza que ronda o País, o executivo afirma que a associação, que congrega dezenas de associadas, está preparada e acredita na recuperação da economia. “O momento atual é preocupante […] mas eu diria que os pontos fundamentais para a retomada do crescimento estão sendo colocados em discussão”, diz. Veja abaixo os principais trechos da entrevista ou assista pelo vídeo.

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RDtv: Qual a importância da discussão da química hoje?

Figueiredo: Eu penso que estamos em um momento diferente no Brasil. Parece um cenário que não é bom, mas as expectativas são altamente positivas. No caso do setor químico, muito forte no ABC, temos duas iniciativas, uma com o governo federal, que é uma mesa executiva para o setor de química básica, e o segundo sobre especialidades químicas. Com o anúncio de 11 polos de desenvolvimento pelo governo estadual, acho que temos uma excelente oportunidade para discutirmos isso. Vejo que a expectativa é muito positiva para a organização da indústria e, para o ABC, é um sinal muito bom.

RDtv: Qual a expectativa para a reunião dia 30 com a Secretaria de Desenvolvimento do Estado em relação à simplificação tributária e a capacitação?

Figueiredo: Nós vamos apresentar todos os estudos que fizemos nos últimos anos. Temos mapeado 23 setores industriais, onde existem oportunidades concretas de desenvolvimento, divididas em três blocos, agroquímicos, construção civil e saneamento. Vamos discutir como podemos conduzir estes blocos. Fizemos estudos de logística, onde cobrimos da Bahia ao Rio Grande do Sul. A gente sabe muito bem o que precisa para cada um desses. Acho que vai ser uma reunião muito produtiva, na questão de qualificação. Existem dois setores onde a indústria química está muito bem atendida, que é qualificação de mão de obra, pois nós temos o Senai, e a inovação, com sete institutos Senai vinculados à química. São dois setores em que estamos bem preparados e o ABC está junto nisso. O Senai é uma instituição fantástica, tenho muito otimismo.

RDtv: É possível pensar em crescimento e potencialização do setor no ABC?

Figueiredo: Não, não é possível. Isso ajuda, mas não é tudo. A gente tem pontos apresentados, como os juros, que precisam cair. O setor precisa ser competitivo internacionalmente. O segundo é o custo da matéria prima brasileira, o mais caro do mundo. Entendemos que o governo ataca isso com a privatização da Petrobras. O terceiro o custo da energia, o governo promete reduzir o custo do gás e assim, automaticamente, reduzir o custo da energia. Há uma série de coisas para acontecer. E a reforma da Previdência, que não vai resolver todos os problemas do País, mas vai equacionar o déficit público crescente. É difícil derrubar os juros, porque o governo precisa tomar dinheiro do mercado, o banco vai preferir emprestar para o governo e não para nós. Também precisa de reforma tributária, pois o sistema tributário brasileiro hoje é caótico, estivemos com o professor Marcos Cintra, quem cuida disso, no governo, disso e saímos de lá muito otimistas. Ele quer fazer a reforma dos tributos federais e deixar organizada a dos tributos estaduais. O Congresso precisa arrumar força. O momento atual é preocupante, pois 13 milhões de desempregados, não vemos tendência de queda dos juros, nem crescimento econômico daqui a dois meses. Mas eu diria que os pilares fundamentais para a retomada do crescimento estão sendo colocados.

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