O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, já causou estragos no primeiro mês do ano em São Bernardo. As estatísticas apontam que desde 1º de janeiro, há 28 novas suspeitas no município, o que representa 64% dos 46 pacientes suspeitos em quatro das sete cidades da região. Mauá possui oito pacientes em observação, enquanto Diadema e Ribeirão Pires têm cinco casos cada. Santo André, São Caetano e Rio Grande da Serra não informaram se possuem suspeitos registrados em 2019.
Assim como em 2018, quando foram confirmados 21 casos de dengue, São Bernardo se manteve com números assustadores em janeiro de 2019: foram seis pacientes (importados) diagnosticados e é a única cidade do ABC a registrar casos da doença em 2019. No ano passado, Diadema computou 11 casos, Mauá teve nove, Santo André totalizou 14 e em Ribeirão Pires foram três.
As estatísticas do ano passado nas cinco cidades do ABC apontaram 27 casos da doença, o que representa queda de 46% se comparada a 2017, quando 50 munícipes foram infectados. No entanto, com as chuvas de verão, o cenário permanece preocupante, e as equipes de vigilância epidemiológica reforçam atividades de prevenção, conscientização, bloqueio de criadouros em áreas de casos suspeitos e atendimento de denúncias.
Segundo Carlos Kiffer, infectologista do Hospital São Luiz, em São Caetano, é comum que os casos aumentem no verão por conta das chuvas. A proliferação da doença, segundo o médico, se torna ainda maior por causa de terrenos e casas mal cuidados. “As larvas do inseto são muito resistentes e têm habilidade de sobreviver a longos períodos”, explica. Os ovos do mosquito podem ficar sem água durante centenas de dias e a primeira água que entra em contato com o ovo hospedado faz com que se reinicie o processo evolutivo, explica.
Vírus sorotipo 2
As análises laboratoriais do Instituto Adolfo Lutz confirmam a circulação do vírus sorotipo 2 da dengue em pelo menos 19 cidades das regiões Norte e Noroeste do Estado. Mesmo distante e sem registros no ABC, Carlos Kiffer explica que a população não está imune às picadas. “O vírus tende a provocar casos clinicamente mais graves em pacientes posteriormente infectados pelo tipo 1, por exemplo”, afirma.
Kiffer cometa que a dengue tipo 2 não é pior. O risco está relacionado à exposição com o vírus. “Todos os tipos de dengue são causados pelo mesmo vírus, mas há pequenas variações. A diferença é que quando a pessoa pega dengue mais de uma vez, os sintomas se tornam ainda mais intensos”, explica. Como forma de prevenção, as prefeituras seguem com programas de vistoria e aguardam orientações do Ministério da Saúde em relação à doença.