Diferente do que foi informado na edição do RD desta sexta-feira (25), o Ministério Público (MP) manteve a investigação sobre o suposto esquema de pagamento de propina para vereadores no final do governo do ex-prefeito Carlos Grana (PT). Por pedido dos promotores, foi arquivado um suposto esquema de corrupção em obras comerciais no município.
A reportagem teve acesso ao conteúdo do relatório emitido pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e que foi aceito pelo juiz Jarbas Luiz dos Santos, da 3ª Vara Criminal do Foro de Santo André. As duas denúncias estavam compiladas em um único texto.
A motivação principal do texto era falar sobre possível ato de corrupção decorrente sem alvará de funcionamento de um estabelecimento comercial em área pública cedida pela Prefeitura de Santo André à Casa da Esperança, “que, possivelmente, locou o espaço a outra pessoa jurídica”, no caso, o ex-secretário de Governo Arlindo José de Lima.
Neste item, por falta de “elementos mínimos de autoria ou materialidade de quaisquer crimes” o procedimento não foi adiante, assim criando-se o pedido de arquivamento, algo que foi aceito pelo Judiciário.
Sobre a questão do suposto mensalinho, entre janeiro e agosto de 2016, o relatório aponta que tema terá continuidade de avaliação por parte do Gaeco ABC, segundo o texto assinado pelos promotores de Justiça Bruno Servello Ribeiro e Cintia Marangoni.
O texto apresenta que tal denúncia foi realizada pelo arquiteto Renato Rodrigues Liberato, que realizou uma obra em uma residência que pertence à Arlindo. Após problemas em relação ao pagamento dos serviços prestados, Liberato resolveu fazer um Boletim de Ocorrência contra o ex-secretário por estelionato.
Na denúncia, o arquiteto afirmou que em uma troca de mensagens no WhatsApp, Lima acabou enviando uma lista. “A mencionada lista que se referia a pagamentos de propina”, e conta com uma lista de empresas que forneciam serviços à Prefeitura em uma tabela de “entradas”: “Sabina, Peralta, Consladel, Paranapiacaba, Tejofran, Terwan, Sinal Ronda, F. Fernandez, Zenega, Melhoramentos, B.B.L., Versatil, Eicon, Octopus, Fundação, dentre outros”.
Em outra parte da tabela demonstra as “saídas” que “possivelmente se referem a pessoas naturais, não se descartando sejam possíveis agentes públicos”, mas nenhum nome foi citado no relatório. Três testemunhas foram ouvidas pelo Gaeco ABC, a primeira com Renato Rodrigues e a segunda com a testemunha R.L.C. e a terceira foi denominada C.C.S. Todos deixaram documentos que estão em análise.
Sem detalhar quais foram os motivos que mantiveram a investigação, o Gaeco manteve a investigação pedindo que fosse alterado os títulos da investigação, assim deixando de lado o caso da Casa da Esperança e mantendo sobre o suposto caso de corrupção.
Em depoimentos concedidos ao RDtv, nesta semana, tanto Arlindo José de Lima quanto Carlos Grana negaram qualquer tipo de pagamento de pagamento de propina para vereadores durante janeiro e agosto de 2016. E ainda afirmaram que procurariam seus advogados para buscar “reparos” em relação a notícia que foi veiculada pela rádio CBN, no dia 15 de janeiro.