O prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), negou que tenha qualquer tipo de envolvimento com as supostas irregularidades que são investigadas na operação Prato Feito, da Polícia Federal. Para sua defesa, o socialista passou 37 dias preso por causa “da pressão da sociedade em cima da impunidade dos agentes públicos”. E não demonstrou arrependimento de guardar em casa R$ 87 mil em sua residência.
“Primeiro, são R$ 87 mil que eu comprovei a origem. Eu comprovei que são (oriundos) de alugueis, do trabalho e também da pensão alimentícia do meu filho, pois só eu realmente que faço o saque da pensão do meu filho. Isso foi comprovado na audiência de custódia. As demais informações estão em segredo de Justiça”, explicou.
Atila afirmou por diversas vezes que não tem qualquer tipo de envolvimento com empresas que são investigadas por desvios de verbas da merenda escolar. Inclusive, relembrou um requerimento da Câmara de Mauá em que pede informações à Prefeitura sobre algum tipo de contrato com tais fornecedoras de alimentos. “O governo interino respondeu que não teve nenhum contrato. Quem faz as merendas aqui na cidade são merendeiras concursadas”, explicou.
Em 22 de maio, um grupo de vereadores aliados de Atila enviou à então prefeita interina Alaíde Damo (MDB) um requerimento questionando sobre tais contratos. No dia 8 de junho, a emedebista afirmou que existia um contrato com a empresa Le Garçon Alimentação e Serviços Ltda., mas assinado em 2015. Em relação às outras 28 empresas envolvidas na operação, não houve confirmação, pois a documentação estava em posse da Polícia Federal.
Prisão
Sobre os 37 dias em que ficou preso – tanto na Superintendência da Polícia Federal, na Capital, quanto no Penitenciária de Tremembé, Atila Jacomussi chamou o período de “aflição”. “Foi o período mais difícil da minha vida, porque foi uma conquista que o povo de Mauá esperava há mais de 30 anos e durante 37 dias isso foi interrompido. Foi um momento muito difícil, mas nunca eu deixei de acreditar em Deus e as orações, que foram primordiais, e nunca deixei de acreditar na Justiça”, disse.

O advogado do socialista, Daniel Bialski, considera que a prisão foi causada pela pressão da sociedade em relação à impunidade de figuras públicas. O jurista também considera que a decisão tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, vai embasar qualquer um dos processos que ainda correm em outras instâncias e que Atila não corre risco de um novo afastamento do cargo.