Sem utilizar-se do Fundo Partidário, como orientação geral, o Partido novo é o único que não pode mentir, senão corre o risco de desaparecer. A análise é de Rogério Chequer, candidato a governador do estado pelo Novo. Ele e o candidato ao Senado, Diogo da Luz, concederam entrevista ao jornalista Leandro Amaral, no RDTv desta terça-feira (11).
“O fato do Partido Novo não utilizar um centavo do dinheiro de impostos é revolucionário, a maior parte das pessoas entende que a gente não está usando um dinheiro que poderia ir para Saúde, Educação e Segurança, está certo, mas tem um outro fator que é até mais importante, como o partido precisa de doações de voluntários ele precisa satisfazer a sociedade para continuar vivo. Se eu começo a prometer as coisas e não cumprimos o partido tem que mandar a gente embora, senão ele deixa de receber as doações. É um partido que não pode mentir, isso é absolutamente inédito na política brasileira, é o único entre os 35 partidos que segue esta linha e isso já faz com que a gente já faça uma campanha completamente diferente”, explicou Chequer. Ele também relatou que o Novo não fez coligações para ter mais tempo de Tv. “Só fazemos coligações quando a gente tem alinhamento de princípios, porque quem faz coligações para ter mais tempo na televisão, quando assume o mandato tem que pagar o apoio com cargos, é a barganha”.
O Novo é o primeiro partido a que Chequer se filiou. Ele diz que não tinha pretensões políticas até que criou um movimento que ganhou muito espaço nas redes sociais e que teve impacto na política nacional. “Quando eu fundei o Vem pra Rua e fui jogado na política, comecei a ver como funciona a política e descobri que temos um governo que tem 87 entidades que ficam ligadas ao governador, são 25 secretarias, 20 empresas estatais, 16 fundações, 26 autarquias, uma estrutura gigantesca que é ineficiente e abre espaço para a corrupção. Quando eu descobri isso eu vi que posso entrar lá e fazer alguma coisa diferente”.
Chequer diz que, se eleito, não vai buscar fazer maioria no Legislativo para conseguir aprovar seus projetos, ele diz que isso é coisa da política velha. “Vou compor o governo com o povo. Isso pode parecer balela, mas eu explico: estamos dizendo agora quais são as medidas necessárias. Na primeira semana vou conversar com todos os deputados estaduais de todos os partidos e mostraremos para a Assembleia Legislativa, quais as coisas que são importantes para levar os melhores serviços para a população. O diálogo será direto com o povo para explicar como está a negociação com os partidos e dizer: população se você fizer pressão para aprovar esse projeto de lei eu me comprometo a fazer. Esse é o jeito da política nova; a política velha tem medo de ir para a rua”, relata.
Rogério Chequer respondeu a questionamento feito por internauta, durante a entrevista transmitida ao vivo pela rede social do Repórter Diário. “O governo não tem que definir taxa de juros que é uma resultante do mercado e existe uma série de fatores que influenciam. Mas hoje a taxa de juros básica é determinada pelo Banco Central, mas não adianta definir a taxa do dia se tem uma série de curvas da taxa e dos bancos também. Se você for pedir um empréstimo no banco a taxa será infinitamente superior a taxa do Banco Central. E o que dá para fazer? Dá para aumentar a concorrência entre bancos. A economia está na mão de pouquíssimos bancos gigantescos. Tem que ter mais competição e menos regramentos para abertura de novos bancos”.
SENADO
Diogo da Luz, candidato ao Senado, teve uma trajetória um pouco diferente, ele já foi filiado ao antigo PL, no final dos anos 80. “Era um partido que tinha ótimas ideias, mas isso durou uns três ou quatro anos, aí eu saí. Assim que veio o Novo, eu fiquei muito atento porque vi que era justamente o que a gente queria; um partido com regras claras, com uma governança, ou seja, quem é dirigente partidário não pode ser candidato, isso me chamou muito atenção e me filiei assim que o partido se registrou, sou filiado número 28. Entrei para fazer a instituição crescer e aí fui convidado para ser candidato ao Senado”, explicou.
Como proposta Luz diz que a prioridade será o corte de todos os privilégios. “O senador é um funcionário público, não tem sentido trinta e tantos assessores, tem alguns que tem até 90. Primeira coisa a fazer é cortar drasticamente e publicar todos os meses um relatório com as despesas de gabinete”.
Diogo Luz também quer mudar plano de saúde dos senadores. “Combater a assistência médica, tem que ter o mesmo do servidor público. O deputado não tem que ficar de helicóptero para cima e para baixo, isso é pago com dinheiro público”, disse referindo-se ao atendimento ao deputado Jair Bolsonaro (PSL), ferido com uma facada durante campanha em Minas Gerais. Outra proposta do candidato ao Senado é mudar o regramento para quem precisa de próteses. “Queremos estabelecer a prova de fé para o deficiente físico. Hoje o deficiente tem que comprovar que precisa de uma prótese. Tem que bastar a assinatura dele. Quem procura uma prótese se não precisa dela? Pior, quando precisar substituir tempos depois, tem que comprovar de novo. Isso vai ter que mudar”, detalhou.