Diante da proximidade da propaganda eleitoral, que começa oficialmente no dia 16 de agosto, a disputa entre tempo de TV e as novas mídias tem desencadeado série de debates no País. Há quem acredite que a televisão ainda é o principal meio de difusão das informações. No entanto, as novas mídias tornaram-se fortes aliadas nas estratégias do marketing político. Para o professor da Faculdade de Direito de São Bernardo e especialista em Direito Eleitoral, Arthur Rollo, a grande ferramenta dessa campanha eleitoral será o WhatsApp.
O docente acredita que o aplicativo vai gerar uma progressão geométrica de propaganda eleitoral, a partir da rede de contatos criada no corpo a corpo. “Hoje em dia 90% dos brasileiros têm smartphone com acesso à internet. O embate de ideias pelas redes sociais expõe muito mais o candidato e auxilia o eleitor. A busca de conteúdo torna-se opcional e não existe aquela obrigatoriedade em relação ao horário eleitoral”, diz.
De acordo com Rollo, a cada ano as mídias sociais ganham mais importância, sendo que durante o pleito o horário eleitoral terá menor adesão da população por força das inúmeras pesquisas. Para o especialista, o eleitor está saturado de política. A informação na internet é menos maquiada e o eleitor acessa quando quiser. “A redução das formas de financiamento para campanhas também força o candidato a se manter na disputa de outras formas”, comenta.
O publicitário e especialista em Marketing Político, Nilson Colombo, aposta que a grande novidade neste ano seja a permissão de posts patrocinados. “Todos os candidatos vão usar e abusar deste recurso e se beneficia quem souber usar a ferramenta. Na internet não há limite de tempo e a exposição é a mesma para todos”, ressalta. Segundo Colombo, a TV perde audiência a cada ano, mas sua força ainda é inquestionável. “A internet ganhou seu espaço, mas o poder de abrangência do rádio e TV ainda é relevante, mantendo cerca de 30 pontos de audiência”, informa.
Quanto mais, melhor
A aposta em likes tem mudado o conceito da tradicional propaganda, que tem ficado cada vez mais enxuta. De acordo com a legislação eleitoral, quanto maior for o número de partidos em uma mesma coligação, maior será o tempo de TV para majoritárias (prefeito, governador e presidente da República) e proporcionais (deputados estaduais, deputados federais e vereadores).
Dos 12 minutos e meio disponíveis para propaganda eleitoral na TV, um minuto e 15 segundos (10% do total) será compartilhado entre todos os candidatos à Presidência. Os outros 90% divididos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados. Por exemplo, os partidos da Câmara que podem ganhar mais espaço são PT, MDB e PSDB – tempo que será definido oficialmente após a formação de alianças.