Hospital em Diadema é palco de agressões e acusação de ameaça

Não bastasse o calvário diário de pacientes e funcionários no Hospital Municipal de Diadema, no Piraporinha, pela estrutura precária e superlotação, o equipamento foi palco de agressão física. O infeliz episódio ocorreu na noite desta quarta-feira (18), envolvendo o vereador Companheiro Sérgio (PPS) com familiares e o técnico de enfermagem Márcio Rodrigues dos Santos e acabou no 2º DP (Distrito Policial).

Hospital de Diadema foi alvo de confusão na quarta-feira

Tanto familiares do parlamentar como o técnico de enfermagem registraram boletim de ocorrência logo após a confusão, que ocorreu por volta das 20h, no 3º andar do Hospital Municipal, a poucos minutos do término do horário de visita. Ao RD, a esposa do vereador, Elvania Ferreira da Silva, e Santos apresentaram versões diferentes da briga, motivada por uma cobrança do Companheiro Sérgio, internado na unidade hospitalar com pedra nos rins.

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Segundo Santos, a confusão teve início quando o vereador saiu de seu leito e passou a entrar de quarto em quarto, acompanhado da esposa e do filho Elivelton Ferreira da Silva. Em seguida, o trio foi pressionar o chefe do posto de enfermagem para que um cirurgião fosse ao andar para atender a um paciente com dores, um procedimento que, segundo o técnico de enfermagem, já estava previsto.

“Ele (Companheiro Sérgio), ao lado dos dois (esposa e filho), foi ao posto para cobrar que um paciente fosse para UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Mas eles fizeram chantagem, dizendo que deveríamos tratar os pacientes com carinho, como se essa já não fosse a nossa preocupação”, relatou o funcionário, que passou a ser visado pelo trio, após o chefe do setor deixar o local sem espaço para diálogo, conforme o relato.

Para Santos, o parlamentar tentou se promover por meio das dores do paciente. A situação ficou mais tensa, quando Elvania e Elivelton sacaram seus celulares para filmar a discussão. “Falei que ele (vereador) deveria respeitar a privacidade dos pacientes e que lá não era ambiente para politicagem. Aí ele perguntou se a gente sabia com quem estava falando e do que ele era capaz”, continuou o servidor.

Com a aproximação da esposa do Companheiro Sérgio, o técnico de enfermagem levantou a prancheta para cobrir o rosto e deu um tapa no aparelho móvel, que caiu sobre a mesa em pleno corredor. Em seguida, a ação desencadeou na confusão. “A mãe passou a me arranhar e ele (Elivelton) segurou meu pescoço para dar socos. Aí meu colega disse que impediu o vereador de jogar a cadeira em mim”, disse.

Outro lado
Por sua vez, Elvania apresentou ao RD outra versão do episódio, ao afirmar que foi agredida pelo técnico de enfermagem. Segundo a esposa do Companheiro Sérgio, toda a confusão começou quando ouviram um senhor reclamando de muitas dores em uma das macas posicionadas no corredor do 3º andar do equipamento, situação rotineira em todo o Hospital Municipal pela superlotação.

“Nós pedimos a ajuda dos enfermeiros a este senhor, porém, um foi passando para o outro. Então o Sérgio pediu para que eu filmasse a situação para apresentar na Câmara, pois não dava para admitir. Um dos enfermeiros veio até a mim e com a prancheta derrubou o celular e depois me deu um soco nos meus seios. Está doendo até agora e amanhã (sexta-feira, 20) farei o exame de corpo de delito”, explicou.

De acordo com a esposa do Companheiro Sérgio, Elivelton acabou se aproximando do enfermeiro para protegê-la, enquanto o vereador, ao tentar se levantar para intervir, foi  apartado por outros funcionários no local. “Eles afirmavam que o Sérgio estava fazendo politicagem, que não tinha de estar ali. Nós não temos o convênio, pois o Sérgio não assinou a tempo, então procuramos o Hospital Municipal”, completou.

Santos negou que tenha dado um soco em Elvania e disse que foi ameaçado por Elivelton, com os dizeres “aqui é favela” e que “não iria terminar ali” enquanto recebia os socos. O funcionário também garantiu que processará o vereador. “Pretendo fazer isso, porque não é simplesmente comigo. Se (a agressão) fosse contra uma das minhas colegas de trabalho?”, indagou.

Sindema

Por meio de intermediários, o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) afirmou que dará todo o suporte jurídico ao funcionário do Hospital Municipal em decorrência da confusão. Santos também realizará exame de corpo de delito nesta sexta-feira.

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