O + Apae Inclusão, projeto da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) Santo André, oferece 150 vagas para oficinas de capacitação de pessoas com deficiência intelectual, entre 12 e 17 anos. No total, são seis cursos profissionalizantes gratuitos – panificação, audiovisual, informática, rotinas administrativas, artesanato e corte e costura. Há necessidade de ser morador da cidade.
Os interessados podem se inscrever até 17 de agosto na unidade de Santo André, que fica na rua Silveiras, 76, na Vila Guiomar. Os documentos necessários são RG ou certidão de nascimento; documento do responsável; comprovante de residência; declaração de matrícula escolar e foto 3×4.
Os inscritos também passarão por processo de triagem que definirá a oficina mais adequada. Os alunos interessados podem se inscrever em até duas oficinas, desde que os horários não coincidam. As aulas iniciarão na primeira quinzena de agosto.
O processo de triagem para definição da oficina de cada aluno é dividido em cinco etapas entre análises de documentos e de laudo médico, entrevista com psicóloga; avaliação psicológica e definição da oficina entre aluno, responsáveis, psicóloga e coordenadora. Todo o processo é realizado pela equipe multidisciplinar da Apae local.
Psicóloga da instituição, Maria Aparecida Fernandes Pereira explica que o laudo médico é necessário para avaliar as questões diagnósticas da deficiência do aluno. “O que o médico coloca para mim é importante: qual a deficiência, o SID [Código Internacional de Doenças). Isso me norteia sobre como conversar com aquela pessoa, por exemplo. Depois, faço avaliação cognitiva e, com testes, é confirmado o nível da deficiência: leve,moderada ou grave”, explica.
Após o laudo médico, há avaliação psicológica complementar, que é a entrevista de anamnese. Esta é a principal de todo o processo, pois possui aspectos de interação social, mas é uma conversa unidirecional.
Em seguida, a psicóloga aborda a história do filho. “Como ele andou, falou, o início escolar, como é o comportamento dele em casa, o seu desenvolvimento na área social, se ele consegue manter uma autonomia no comércio local, se ele usa o transporte coletivo sozinho, se ele tem suas rotinas de higiene estabelecidas com independência. Sua rotina de vida, seu lazer, os seus hábitos. E isso para nós é essencial nesse momento. Assim, a gente já vai traçando um perfil dessa pessoa”, diz Maria. Geralmente, a entrevista dura 40 minutos.
Em princípio quem escolhe a oficina que deseja participar é o próprio aluno. De acordo com a psicóloga, os interessados são direcionados ao curso que possuem mais aptidão, interesse e curiosidade. “O nosso desafio é observar o dia-a-dia junto ao professor, aos assistentes e à coordenação e avaliar o desenvolvimento de cada aluno. Isso é necessário para poder desenvolvê-lo no seu potencial sempre mais, mesmo que ele precise mudar de oficina. A gente tem que ter esse olhar e essa escuta também”, acrescenta a psicóloga.
Oficinas
Panificação: Planejar e executar o processo de fabricação de pães, do balanceamento ao acabamento final do produto.
Audiovisual: Descobrir, desenvolver competências, mesmo que básicas para entendimento, manuseio de equipamentos e processos de fotografia e vídeo.
Informática: Formação de alunos capazes de lidar com as novas tecnologias, empregar as utilidades e benefícios do uso do computador como recurso profissional.
Rotinas administrativas: Compreender as práticas administrativas das empresas, abordar questões relacionadas às atividades desempenhadas por meio da prática.
Artesanato: Transformar a matéria-prima bruta ou manufaturada em produto acabado, com o domínio técnico sobre materiais, ferramentas e processos de produção artesanal na sua especialidade.
Corte e Costura: Conhecer a máquina de costura, os diversos tipos de pontos e aprender a fazer barrados, barras, trocar e colocar zíper, pinças, customização e consertos.