
Resultado de três culturas, indígena, portugueses e afrodescendentes, a cozinha mineira tem ganhado fãs em todo mundo em razão da originalidade. Advindo de fatores históricos e mescla de culturas, a culinária mineira é rica em produtos da terra, como ervas frescas, urucum, mandioca, milho e brotos nativos.
Na visão do chef mineiro Flávio Trombino, essa diversidade de ingredientes utilizada na cozinha é o que torna a gastronomia mineira singular. “O Estado possui três biomas com uma gama de produtos locais que variam de região, e são eles que dão o sabor original ao prato”, explica.
Além das receitas clássicas do Estado, onde é possível encontrar ingredientes na maioria das cidades, há pratos peculiares como o pastel de Angu, iguaria mineira, predominante na região de Conceição do Mato, que pode ter sabor alterado de acordo com o município onde o ingrediente é recolhido para o preparo.
A riqueza da culinária mineira foi assunto de palestra de Flávio Trombino, quarta-feira (11), no Sesc Santo André. Na oportunidade, o chef apresentou a receita de ‘Costelinha mineira com canjiquinha’ e exaltou as singularidades dos pratos. No preparo da carne, Trombino utilizou a iguaria Pimenta Macaco (típica do Cerrado), ervas frescas, caldo suculento de costelinha de porco e, como acompanhamento, a canjiquinha, feita com ingredientes advindos de regiões de relevos de Minas, onde há quedas de água e cachoeiras, espaço beneficiado para produção de milho e fubá. “Esse é o diferencial da canjiquinha, a espessura da farinha e do milho, específicos da região”, explica.
Sem uso de temperos fortes, o uso abundante de limão e cachaça no preparo de carnes de pouco sal e gordura também é diferencial da cozinha mineira. Além dos famosos queijos e pão de queijos, feijão tropeiro, leitão à pururuca, ensopados e mistura de feijões com farinha, no norte de minas, a carne de sol é capaz de seduzir muitos paladares.