Clima seco eleva em até 20% procura por unidades de saúde no ABC

Inalação cresceu na UBS do Jardim Luso, em Ribeirão Pires: desconforto nasal (Foto: Pedro Diogo)

Além de problemas respiratórios, o tempo seco dos últimos dias tem provocado fortes dores de cabeça, irritações nos olhos, nariz e pele. Exatamente por conta desse inverno atípico que as unidades de saúde do ABC, com funcionamento 24 horas, aumentaram em até 20% a demanda de atendimento de crianças e adultos.

Em Ribeirão Pires, segundo a Prefeitura, a rede municipal de saúde registrou, em média, 20% de aumento nos atendimentos dos usuários com problemas relacionados ao clima seco, principalmente da ala infantil entre maio e junho – período em que a média era de 1.630 atendimentos ao mês.

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Na vizinha Mauá, o acréscimo a partir de junho foi, em média, de 14% em atendimentos em relação aos outros meses deste ano.

Situação que tem sido semelhante nas demais cidades da região, inclusive com o aumento na quantidade de insumos, medicamentos e materiais utilizados para tratamentos respiratórios pelas Administrações municipais nos equipamentos de saúde.

Em Diadema, o Pronto-Socorro Central e o Pronto Atendimento somaram 20.882 atendimentos pediátricos, que representam aumento, em média, de 4%, até o momento. Em 2017, foram 20.234 no mesmo período.

Santo André registrou aumento de 3% de atendimentos pediátricos nos serviços de urgência e emergência da cidade. Em São Bernardo, nos seis primeiros meses deste ano, foram atendidas 107.978 crianças nas nove UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), aumento de 0,20% ao mesmo período em 2017, segundo a Prefeitura.

As Prefeituras de São Caetano e Rio Grande da Serra não retornaram até o fechamento da edição.

Cuidados

Com o tempo seco, a garganta pode ficar seca, a voz rouca e, inclusive, há possibilidade de inflamações na faringe. Os especialistas recomendam alguns cuidados essenciais para evitar os incômodos.

O otorrinolaringologista do Santa Casa de Mauá, Thiago Brunelli Resende da Silva, explica que o cuidado mais comum a ser levado em conta é beber água com frequência, em especial crianças e idosos, para manter o corpo hidratado.

Entre as dicas para manter a saúde em dia estão o consumo de frutas naturais, água de coco e verduras. Além disso, evitar ambientes fechados e aglomeração de pessoas, além de se manter agasalhado.

Outro apontamento do especialista é realizar atividades físicas com regularidade, evitar o tabaco e ter noite de sono bem dormida. O clima seco pode trazer interferências sérias ao organismo, por conta do acúmulo de partículas no ar, como poeira e poluição, que pioram e favorecem a proliferação de doenças pelas vias aéreas.

Entre os sinais de que algo não funciona bem com o organismo estão pele ressecada, sangramentos nasais, dores pelo corpo, febre inespecíficas, fadiga e cefaleia. Por este motivo, se surgir qualquer um desses efeitos colaterais, recomenda-se buscar um especialista.

Muitos pensam que aumentar a fome no período de inverno é mito, mas o médico aponta ser uma verdade. “Por conta das baixas temperaturas, o organismo precisa de mais energia para as atividades regulares e  com isso precisamos ingerir mais alimentos”, explica Silva.

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