Sem equipamentos adequados e sem patrocínio, a equipe de atletismo de alto rendimento de São Caetano será prejudicada nos próximos meses. Segundo o vice-prefeito e secretário de Esportes, Lazer e Juventude da cidade, Beto Vidoski (PSDB), em entrevista exclusiva ao canal RDtv, nesta quinta-feira (5), o atletismo será mantido no município, porém sem os seus principais atletas. Informação foi divulgada um dia após os protestos dos esportistas em frente ao Centro de Treinamento de Atletismo São José.
Vidoski afirma que para manter os atletas de alto rendimento no município eram necessários investimentos de R$ 4,5 milhões ao ano, mesmo valor disponibilizado pela B3 (antiga BM&F BOVESPA) até junho deste ano. Sendo que para manter as 40 modalidades disponíveis à população são gastos R$ 7 milhões por ano. No caso do atletismo era usada apenas a pista indoor.
O local está fechado e sem os equipamentos utilizados (hoje em um depósito). Assim só a pista aberta é utilizada por alunos que estão na iniciação ao esporte e também por aqueles na fase intermediária (do amador para o alto rendimento) – esses não terão prejuízos.
Em relação aos atletas profissionais, o objetivo será retomar apenas o espaço de treinamento para algumas provas, que ainda serão estudadas pelo município, mas sem os mesmos investimentos que eram feitos pela B3. Enquanto isso, a pista indoor receberá investimentos para abrigar os atletas do boxe, jiu jitsu, taekwondo e judô.
Mais duas artes marciais também ocuparam o local, além de conversas para que a equipe de bobsled também treine no local.
“Falaram que vamos colocar biombos aqui, mas não há nada disso. Vai ficar da maneira que está. Só temos de repintar o teto e colocar toda a estrutura de vestiários necessária para fazer com que esses atletas estejam com a melhor infraestrutura possível”, afirmou Vidoski.
Atletismo
O anúncio do fim dos investimentos da B3 no atletismo de São Caetano pegou atletas e a Prefeitura de surpresa. Em janeiro, a empresa afirmou que investiria na área de educação.
Segundo Vidoski, foram dados 90 dias para a retirada de todo o equipamento, porém houve acréscimo de mais três meses para dar a oportunidade para que alguns esportistas treinassem.
No dia 30, o local foi fechado e os atletas foram impedidos de entrar. Parte dos 57 atletas foi para outras equipes, como a Orcampi, de Campinas. Porém, alguns não sabem o que vão fazer. “Eu dependia de São Caetano, queria continuar, mas agora eu não sei o que fazer, não sei para onde ir”, relatou Josué Costa, do salto em altura.
“O atletismo e o esporte são importantes para a saúde, educação, segurança pública. Depois da Olimpíada (Rio-2016) não soubemos aproveitar a oportunidade para nossas crianças e jovens. E agora é mais um golpe para o esporte nacional, para os atletas que estão se preparando para a próxima Olimpíada (Tóquio-2020). Este lugar era um dos melhores do mundo”, disse Fabiana Murer, campeã mundial do salto com vara.