Aproximadamente 100 integrantes da Comunidade Pernambuco fizeram manifestação na tarde desta quinta-feira (28) para reivindicar moradia, uma vez que receberam a ordem de se retirar do terreno que ocupam há mais de seis anos. A área particular está em processo de reintegração de posse e é situada na rua Soldado Dorival de Brito, altura número 599, no bairro Cidade São Jorge.
O protesto começou no terreno ocupado, às 14h, e em seguida os manifestantes se dirigiram para Câmara de Santo André, onde foram buscar amparo para as 300 famílias que serão despejadas do local. “No período de eleições, o prefeito Paulo Serra (PSDB) esteve no local e prometeu auxílio para as famílias que estavam lá, e até agora não recebemos nenhuma ajuda”, contou Lucilândia Carvalho, uma das organizadoras do movimento.
Os manifestantes também afirmaram que estiveram no Legislativo em fevereiro deste ano para pedir assistência, mas nenhuma medida foi tomada. “Nós só estamos pedindo um direito de cidadão, que é ter onde morar com as nossas crianças. Lá é o nosso lar” disse Alan Evangelista, subgerente de cozinha.
O prazo para a saída das famílias foi de 30 dias e a notificação está em vigor há duas semanas, segundo o líder do movimento Douglas Delfino, que usou a tribuna livre na sessão do Parlamento para expor o problema aos vereadores. Ainda na sessão, o líder de governo Pedrinho Botaro (PSDB) trouxe a informação de que haverá uma reunião com os líderes do movimento, confirmada pelo próprio secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Fernando Marangoni (DEM).
Por sua vez, a Prefeitura de Santo André afirmou que o Núcleo Pernambuco está localizado em área particular e se trata de uma ocupação irregular e recente. O histórico de ocupação que os técnicos da Secretaria de Habitação possuem é de que a área se formou após a desocupação do Núcleo Espírito Santo I, entre 2012 e 2013, que o Poder Público tinha obrigação de desocupar.
O governo também comunicou em nota que cerca de 900 famílias foram realocadas ao Conjunto Habitacional Guaratinguetá, construído por meio do programa Minha Casa Minha Vida. Ainda segundo a Pasta, o terreno não está oficialmente no cadastro de núcleos reconhecido no Plano Municipal de Habitação, portanto não é área objeto de projeto de urbanização da Secretaria de Habitação.
O RD procurou o proprietário do terreno, que não foi localizado até o fechamento desta matéria.