ABC - quinta-feira , 9 de maio de 2024

Ibovespa fecha em queda de 1,11% com influência externa e alta do dólar

Depois de três altas consecutivas, com as quais havia subido 1,90%, o Índice Bovespa perdeu fôlego e cedeu ao movimento vendedor das bolsas de Nova York e à forte alta do dólar. O principal índice de ações da B3 chegou a subir 0,88% pela manhã, mas firmou-se em terreno negativo à tarde e fechou aos 70.609,00 pontos, com queda de 1,11%. O desempenho teria sido pior, não fosse a valorização das ações da Petrobras, que acompanharam as altas do petróleo no mercado internacional e amenizaram as perdas por aqui.

As mínimas do dia foram registradas justamente nos momentos de liquidez mais reduzida, enquanto a seleção brasileira enfrentava a Sérvia na Copa do Mundo. Com as bolsas de Nova York em queda generalizada e o dólar em alta superior a 2% ante o real, o Ibovespa chegou a marcar 70.133,96 pontos (-1,78%). O volume de negócios acabou ficando acima do esperado para um dia de jogo do Brasil, somando R$ 8,7 bilhões.

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As bolsas de Nova York consolidaram as quedas à tarde, depois da constatação de que o Partido Republicano não conseguiu os votos necessários para aprovar um projeto de reforma imigratória na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A medida foi rejeitada por 301 votos contra 121 favoráveis. Já o petróleo reforçou o sinal de alta da véspera depois que o Departamento de Energia dos EUA (DoE) divulgou que os estoques da commodity caíram 9,891 milhões de barris na semana passada, bem mais que a queda de 2,8 milhões prevista.

Influenciadas pelo petróleo, as ações da Petrobras terminaram o dia com ganhos de 2,70% (ON) e 3,18% (PN). Por outro lado, as ações do setor financeiro, responsáveis por mais de 25% da carteira do Ibovespa, caíram em bloco. Entre elas, os destaques ficaram com Banco do Brasil ON (-2,06%), Itaúsa PN (-2,97%) e Itaú Unibanco PN (-1,81%).

A puxada do dólar para o nível dos R$ 3,87 foi também motivo de preocupação no mercado de ações, segundo um gerente de renda variável que não quis se identificar. A moeda subiu 2% mesmo com leilões de linha cambial (venda com compromisso de recompra) promovidos pelo Banco Central pela manhã, totalizando US$ 2,4 bilhões.

“Apesar de o dia ter sido de fortalecimento do dólar no exterior, o mercado está desconfortável com os últimos acontecimentos no STF. Há uma percepção clara de que as decisões têm tido cunho mais político do que jurídico. Isso está incomodando e acreditamos que o dólar reflete isso”, disse um profissional sobre as decisões do colegiado da véspera, entre elas a que colocou em liberdade o ex-ministro petista José Dirceu.

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