A possibilidade de fechamento de pelo menos 513 agências dos Correios em todo o País causou grande mal-estar e preocupação na região do ABC, que também poderá ser afetada com a medida. A notícia, divulgada no domingo (6), pelo jornal O Estado de S. Paulo, aborda o assunto com o presidente interino da empresa, Carlos Fortner, e também aponta que haverá demissões no processo.
Fontes dos Correios ouvidas pelo RD revelaram que o projeto de reformulação, em andamento, certamente terá reflexos em unidades do ABC. Atualmente a região conta com 14 agências próprias, que empregam diretamente 166 servidores. De acordo com as informações, o que mais impactou foi justamente o fato de sinalização de desligamentos, que até o momento não havia sido discutido internamente com os funcionários.
A empresa afirma que o projeto de redesenho da rede de atendimento visa a melhoria dos serviços à população e que, ao final de sua implantação, o número de canais disponibilizados para o atendimento ao público será maior do que o número de agências hoje existentes no País. Sobre as informações referentes ao número de agências que terão as atividades encerradas afirma, por nota, que o assunto “ainda não está definido”.
“Com relação às demissões, há uma série de medidas antes de se chegar a uma demissão motivada. As conclusões alcançadas pelos estudos necessários a este projeto somente serão divulgadas após a exaustiva avaliação interna dos Correios e externa pelos órgãos competentes, processo este ainda em curso”, diz o texto.
Os Correios esclarecem ainda que “vem realizando estudos pormenorizados de readequação de sua rede, o que inclui não apenas a sua rede física de atendimento como também novos canais digitais e outras formas de autosserviços. Tais estudos são, inclusive, acompanhados pelo Tribunal de Contas da União, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão”.
As medidas adotadas estão relacionadas a modernização da empresa para torná-la mais ágil, competitiva e sustentável, gerando não apenas benefícios para a sociedade como também resultados para o seu acionista controlador, o Tesouro Nacional.
Além das 14 unidades próprias, os Correios contam também com mais 14 agências franqueadas na região, cinco terceirizadas e mais duas comunitárias.
Sindicato da categoria contesta medida
O Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba), que abrange a região se mostrou preocupado com as informações de fechamento de agências e demissões.
“Isso quebra o papel social e prejudica a população. Querem fechar as agências que estão próximas, não justifica. Precariza o serviço, estão sucateando. Somos contra a terceirização, a qualidade do serviço vai cair”, afirma o secretário geral da entidade, Ricardo Adriane.