As condições de segurança dos edifícios voltaram a ser questionadas após a tragédia no prédio localizado no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, no início da semana. Para o engenheiro civil André Araújo, da Associação de Engenheiros e Arquitetos do ABC (AEA ABC), existe uma lentidão do poder público da região em relação às medidas de prevenção para evitar acontecimentos como na Capital.
“É lento o processo feito por parte das autoridades para que esse sistema (de prevenção) seja ativado na administração pública e privada. Acho até que no setor privado temos uma condição melhor, mas no poder público ainda vejo essa lentidão. Por causa de questões de fiscalização ainda existem alguns problemas”, explicou o especialista.
Araújo explicou que a fiscalização deve ser realizada por técnicos das próprias Prefeituras. Apesar desse detalhe, considera que “indiretamente” atitudes de outras entidades podem chamar a atenção da sociedade para esse problema. A própria AEA ABC promoverá uma força tarefa para fiscalizar os trabalhos dos engenheiros e assim, por tabela, outras situações serão evidenciadas.
“Não dá para esperar mais uma tragédia acontecer. Tivemos a boate Kiss (no Rio Grande do Sul) que acabou resultando em mudanças na lei, mas não precisava de algo do tipo para que todos possam verificar as condições não apenas das boates, mas também dos demais lugares, como o prédio abandonado em São Paulo. A prevenção é importantíssima”, completou.
O RD procurou as prefeituras para saber sobre a quantidade de prédios abandonados na região e também sobre o que é feito para evitar ocupações, além da segurança. Até o fechamento dessa matéria, apenas Ribeirão Pires retornou o contato, afirmando não ter locais com esse tipo de problema. Ainda aguardamos os demais envolvidos divulgarem os dados e seus respectivos posicionamentos.
Na semana passada, o Repórter Diário trouxe um apontamento realizado a partir de um levantamento feito no sistema do Corpo de Bombeiros que indicou que todas as sedes das prefeituras e das câmaras estão sem o AVCB (Auto de Vistoria de Corpo de Bombeiros).