Lago glacial se transformou em cachoeira na Groenlândia

Por uma hora mais ou menos, a Groenlândia teve sua própria cachoeira, fluindo secretamente três vezes o volume de água das Cataratas do Niagara. Um lago de degelo na superfície de uma geleira de repente esvaziou-se em julho de 2006, mandando milhões de litros de água por entre rachaduras na camada de gelo para o chão, onde pode afetar o movimento do gelo.

O lago cobria 5, 7 quilômetros quadrados próximo à ponta da camada de gelo e levou aproximadamente 24 horas para ser totalmente drenado. Durante rápidos 90 minutos, a água estava fluindo para fora do lago a 8,71 milhões de litros por segundo, de acordo com pesquisas lideradas por Sarah Das, do Instituto Wood Hole de Oceanografia, em Wood Hole, Massachusetts.

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Por convenção internacional, o fluxo de água mínimo das cataratas do Niagara no verão é de cerca de 2,8 milhões de litros por segundo. Os achados foram relatados em dois trabalhos sobre as camadas de gelo na Groenlândia publicados nesta quinta-feira na edição online da revista Science. Das e Ian Joughin da Universidade de Washington, em Seattle, lideraram as equipes que produziram os trabalhos.

“Nós encontramos evidências claras de que lagos supraglaciais – as piscinas de água de degelo que se formam na superfície no verão – podem efetivamente provocar uma rachadura no gelo”, disse Das. Os pesquisadores concluíram que enquanto o derretimento de superfície tem um papel importante na dinâmica geral das camadas de gelo, ele tem menos efeito do que era esperado em geleiras que se desprendem e vão parar no oceano.

A pesquisa foi financiada pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, pela agência aeroespacial americana (Nasa, por suas iniciais em inglês), pelo Instituto Wood Hole de Oceanografia, pela Clark Arctic Research Initiative e pelo Conselho de Pesquisa Ambiental da Grã-Bretanha. (AE)

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