
Visto como uma das alternativas para destravar o trânsito na região central de Santo André, a PPP (Parceria Público-Privada) para a construção da futura Estação ABC (antiga parada Pirelli) da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos), na região da Vila Homero Thon, está orçada em aproximadamente R$ 60 milhões. Segundo o prefeito Paulo Serra (PSDB), até 30 de janeiro, saberá se poderá contar com o apoio do empresariado local para parte do financiamento das obras.
O projeto de PPP na Estação ABC segue um modelo tripartite, uma vez que contaria com recursos oriundos da Prefeitura de Santo André, do Estado de São Paulo e da iniciativa privada. “Temos como prazo 30 de janeiro para os parceiros darem um posicionamento oficial. Conseguimos enxugar o projeto, em uma estação mais simples, na ordem de R$ 60 milhões. É uma proposta pés no chão. Essa seria a primeira estação (da CPTM) nesse modelo”, diz.
Segundo o prefeito, a estrutura vislumbrada para futura parada da CPTM é mais enxuta, porém, capaz de suportar a demanda de 40 mil usuários por dia que vem das regiões da Vila Luzita e bairros próximos à divisa de Mauá, que se deslocam à Capital. O projeto original chegava a custo superior a R$ 300 milhões, mas o governo andreense analisou que o valor seria inviável e poderia travar de novo a proposta.
Estão propensas a financiar parte do projeto empresas que estão no entorno da nova estação, como a própria Pirelli, a rede de hipermercados Carrefour, a Tim e Brookfield Incorporações, proprietária do complexo no qual está inserido o Atrium Shopping – onde abriga o Poupatempo –, gerido pela AD Shopping. “Essa estação movimenta o mercado, estabelecimentos atacadistas e o shopping”, completa o prefeito.
Ao todo, cada uma das três partes injetariam valores em torno de R$ 20 milhões para nova parada. Hoje, Santo André conta atualmente com três estações da CPTM: Celso Daniel – Santo André, Prefeito Saladino e Utinga. No entanto, para quem vem de bairros situados nas proximidades de Mauá e da Vila Luzita, precisa usar ônibus para chegar até à primeira parada de trem, ao lado dos terminais de ônibus, no Centro.
O governo também planeja fazer com que um dos dois corredores de ônibus, que serão construídos por meio de parte dos recursos de US$ 25 milhões – R$ 79 milhões – financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), termine na futura estação ferroviária. Caso tenha o “sim” dos empresários, o passo a seguir é avançar a PPP na Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado.
Guarulhos
Além da Linha 10 – Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra), existe uma proposta do Estado para Estação ABC abrigar outro ramal da CPTM, que ligaria Santo André a Guarulhos. Entretanto, pouco há de concreto sobre essa idealização, sem informações de modal – trem pesado ou veículo leve –, custos e nem projetos avançados.
História
Desativada em 2006, a Parada Pirelli estava localizada entre as estações Celso Daniel – Santo André e Capuava (já em Mauá). Por dia, eram feitas oito paradas no local: às 5h, às 7h30, às 14h30 e às 17h30, ida e volta, por meio de acordo entre a empresa de pneus e a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A), antiga gerenciadora da rede ferroviária, na década de 1980.
Como não havia catracas, muitas pessoas se arriscavam em andar próximos aos trilhos para embarcar na plataforma, sem pagar tarifa. Dessa forma, a CPTM decidiu encerrar as operações. Hoje, restam apenas antigas estruturas das plataformas, que ainda tentam resistir ao tempo, no percurso da Linha 10.