A Justiça Federal aceitou nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-prefeito de São Bernardo e outros 15 envolvidos na construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador, no centro do município. Em decisão divulgada nesta sexta-feira (17), o juiz substituto Marcio Martins de Oliveira crê que existem provas contra os acusados.
Segundo a denúncia do MPF “as provas reunidas demonstram que os denunciados, em conluio, e só considerando os crimes narrados nesta acusação, obtiveram, em decorrência da fraude à licitação, vantagem patrimonial de R$ 15.971.781,01 montante correspondente à somatória de todos os valores pagos pelo município de São Bernardo do Campo, com recursos federais e municipais, à empresa”.
Além disso, existe a acusação de que as empresas CEI, CRONACON e SIMÉTRICA “foram instrumentos utilizados pelos acusados para simular a competitividade da licitação, servindo ao crime, dificultando sua descoberta e facilitando sua execução. A primeira (CEI), ademais, serviu de biombo para contratação da CRONACON E FLASA, e as manteve ocultas, até a descoberta do lícito e interrupção da obra”.
Além de Marinho, estão entre os acusados estão: Alfredo Luiz Buso, ex-secretário de Planejamento e de Obras; José Cloves, ex-secretário de Obras e ex-vereador; Osvaldo de Oliveira Neto, ex-secretário de Cultura; Sérgio Suster, ex-secretário-adjunto de Obras; e Plínio Alves de Lima, ex-chefe da Divisão de Licitações e Contratos. Os demais fazem parte das empresas citadas.
Essa é a segunda acusação em relação as investigações realizadas pela Polícia Federal (PF), na Operação Hefesta. Em julho, 22 pessoas foram acusadas de falsidade ideológica, formação de quadrilha e peculato. Em ambas as acusações, Marinho afirmou que vai provar sua inocência.
RDtv
No último dia 1º, Luiz Marinho chegou a desafiar a Justiça a provar sua culpa neste caso. “Desafio a encontrar provas de desvios (R$ 7,5 milhões). Eles (PF) entraram em um monte de falácias de órgão de imprensa. Eles foram induzidos, aquilo não existe. Eu não tenho dúvida, quando terminar essas investigações seremos todos inocentados”, afirmou em entrevista ao RDtv.
Obra
A obra que era para ser entregue em 2013 ficou parada, segundo Marinho, por falta de repasse do Ministério da Cultura. “Houve uma ‘bateção’ de cabeça do Ministério da Cultura, com as várias trocas de ministros, no qual tenho um arrependimento. Tive a sugestão do secretário de Governo para incluir as obras no Orçamento da cidade (para concluí-lo), mas queria fazer obras. Esse é o arrependimento que tenho”, disse.
No primeiro semestre, a Prefeitura conseguiu o aval para voltar a cuidar do terreno na região central. Há poucas semanas, o Executivo conseguiu aprovar na Câmara o valor de R$ 3 milhões para finalização da obra e reforma para transformar o museu em uma unidade da ‘Fábrica de Cultura’, empreendimento do Governo do Estado.