A ruptura de moldes e padrões é tema do mais recente trabalho da artista e designer pernambucana, Joana Lira. O projeto, desenvolvido especialmente para o Sesc Santo André, pretende transformar o espaço em uma explosão de luzes e cores através de formas. Com curadoria de Diego Matos e cenografia e William Zarella, a exposição fica em cartaz até 4 de fevereiro e procura dialogar as investigações autorais com aspectos arquitetônicos da unidade.
Joana Lira retrata em Quando tudo se explode, obra única dividida em três partes, o rompimento de barreiras. “Quando cheguei ao Sesc, olhei o lugar, a estrutura e fiquei encantada. Era um lugar claro, com poucas cores e resolvi fazer uma obra especial que tivesse um conceito e retratasse um assunto pertinente com cores vibrantes”, explica.
Após um ano entre concepção artística e conceitual e mais três semanas para a execução da obra, através das cores e formatos, Joana apresenta uma arquitetura que busca causar impacto e reflexão aos visitantes. “A obra é o próprio suporte, fiz adaptação e vesti o espaço com uma exposição que retratasse a ruptura de moldes e padrões. Hoje somos obrigados a um molde existente, e essa obra é justamente isso, o rompimento dessa ideia”, explica.
A alusão de rompimento de regras traz em forma de peças obras com várias camadas vazadas, sem bordas, que trazem a sensação de explosão daquilo que não é mais suportável, do que não há controle. Joana conta ainda que ao visitar a exposição no último sábado (11), foi surpreendida e ficou emocionada com os comentários que recebeu durante a mostra.
“Uma pessoa em especial declarou que o trabalho a trouxe mais vontade de viver, esta fala mexeu muito comigo, e tive a sensação de objetivo atingido”, comenta. Nesta concepção, Joana brinca e manipula elementos com uma grande colagem, junta, vaza e pinta as peças sobrepondo-lhes como parte íntima da composição e não apenas um fundo de suporte da obra instalada no corredor do Sesc.
Joana vive em São Paulo há 18 anos. Formada há 20 em designer gráfico pela Universidade Federal de Pernambuco, a artista realizou a primeira exposição individual de pinturas, Bichos Aloprados, em Recife, PE. Durante 10 anos desenvolveu o projeto de cenografia e identidade visual no Carnaval de Recife. O trabalho lhe rendeu participação em diversas exposições nacionais e internacionais, entre eles na Alemanha (2006), China (2010), (Bélgica 2011) e outros trabalhos em São Paulo.
Serviço
Quando tudo se explode – Sesc Santo André, rua Tamarutaca, 302. Até 4 de fevereiro. De terça a sexta-feira, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados das 10h às 18h30. Entrada gratuita. Informações: sescsp.org.br/santoandre.