A economia brasileira deve movimentar cerca de R$ 200 bilhões com o pagamento do 13º salário para cerca de 83,3 milhões de trabalhadores, que receberão o rendimento adicional, conforme estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). O montante deve trazer fôlego extra para o comércio de varejo, que espera aumentar o volume de vendas no período de Natal, no entanto, e recomendação de especialistas é para contenção de outros gastos e prioridade para pagamento de dívidas.
A pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) também aponta a tendência. De acordo com a entidade, a maioria (85%) dos consumidores deve usar o benefício para pagamento de dívidas. Esse porcentual representa um aumento de 4,94% em relação a 2016.
A chamada gratificação natalina é fixada pela Lei 4.749/1965 e determina que haja parcelamento em duas vezes do pagamento, sendo que a primeira parcela deve ser quitada de 1º de fevereiro até o dia 30 de novembro, enquanto a segunda, até o dia 20 de dezembro.
O aporte financeiro lançado na economia ajuda a reforçar a ligeira tendência de melhora tímida sentida no setor desde o segundo trimestre do ano. “Essa melhora tende acelerar a partir do momento que você tem um montante como esse do 13º entrando na economia”, comenta o economista Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
Por conta do País ter passado por processo de forte crise nos últimos anos, a recomendação do profissional é para que as pessoas concentrem primeiro no pagamento das dívidas. “Esso é o ponto mais importante. Depois disso pode pensar na questão do consumo. Isso é uma decisão correta do ponto de vista de ter uma vida financeira saudável”, diz.
A prioridade para quitação dos débitos deve ser focada para as dívidas bancárias, como cartão de crédito, empréstimos e cheque especial, por conta das taxas de juros mais altas. Depois disso, de acordo com o economista, o foco deve ser carnês e outras dívidas com juros menores. O alerta porém, é para o cuidado como o acumulo de volume de dívidas. “Quando a pessoa tem que fazer um ranking das dívidas, alguma coisa está muito errada”, conclui Balistiero.