Juros fecham em baixa com dólar e movimentação sobre Previdência no radar

Os juros futuros terminaram a sessão desta quarta-feira, 8, em queda, corrigindo, no caso dos contratos de longo prazo, o avanço das taxas visto na terça-feira, 7. Profissionais da área de renda fixa consultados viram o cenário externo, onde o dólar esteve em queda generalizada, como principal fator a estimular o ajuste em baixa dos juros. Houve valorização das moedas de economias emergentes, incluindo o real, trazendo alívio à curva, que na terça fechou muito pressionada pelo aumento do pessimismo com o cenário para as reformas.

Nesta quarta, o governo aumentou a mobilização para que a votação da reforma da Previdência ocorra num curto prazo, ainda que numa versão mais básica, o que foi visto com bons olhos, mas está longe de representar a recuperação da confiança do mercado na aprovação da reforma.

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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 7,25%, ante 7,29% no ajuste anterior e a do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,51% para 8,44%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou a 9,27%, de 9,34%, e a do DI para janeiro de 2023 recuou de 10,09% para 10,03%.

As taxas estiveram em baixa desde o período da manhã, influenciadas pelo alívio nas moedas de países emergentes, que também levou o dólar a operar em baixa ante o real durante todo o dia. Os juros resistiram em queda à tarde, mesmo em meio ao aumento da pressão de alta no rendimento dos Treasuries, que, ainda assim, estão abaixo do pico registrado semanas atrás. A T-Note de dez anos projetava yield de 2,322% às 16h36. O dólar à vista recuava 0,47%, aos R$ 3,2608.

Internamente, o mercado acompanha a movimentação do governo em torno da Previdência, à espera da entrevista coletiva, agendada para as 17 horas, do relator da proposta na comissão especial da Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), na qual apresentada uma emenda substitutiva, com melhoras ao texto.

A emenda foi definida em reunião, pela manhã, da qual participaram, além de Maia, o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o secretário da Previdência, Marcelo Caetano; o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), presidente da comissão especial da PEC da Previdência, entre outros.

“O governo continua empenhado na aprovação da reforma da Previdência conforme já dissemos ontem. O que nós fizemos hoje foi uma avaliação das reuniões com os líderes da Câmara dos Deputados e com os líderes do Senado, ontem, visando avaliar exatamente a situação no Congresso e discutir estratégias para conduzir a votação”, disse Meirelles.

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